XADREZ: Já se joga presencialmente

PorFrancisco Carapinha,31 ago 2020 6:42

​Como é do conhecimento geral, a COVID-19 forçou, por todo o mundo, o cancelamento das actividades desportivas em curso e, das que estavam programadas, para datas muito próximas da altura em que foi declarado o estado de pandemia.

Tanto as competições milionárias, como as mais modestas, diria-se que em igualdade de circunstâncias, tiveram que parar perante o perigo do avanço do “bichinho”. É claro que não foi bem uma igualdade, já que grande parte dos torneios milionários foram simplesmente suspensos, enquanto que os outros, os mais modestos, decidiam-se pelo cancelamento e anulação do que já estava feito.

O certo é que, com mais ou menos polémica, durante o mês de Março, assistimos á paragem da actividade desportiva mundial.

O xadrez, embora com alguma relutância, também foi atingido por esta onda paralisadora. E digo com relutância, pois mesmo com os perigos já eminentes, a FIDE (Federação Internacional de Xadrez), teve a coragem e a ousadia de em 16 de Março iniciar o Torneio de Candidatos de 2020, envolto na polémica da recusa de Teimour Radjabov em jogar o torneio, exactamente por causa do COVID. É claro que depois de jogadas algumas rondas, a FIDE teve de dar o “braço a torcer” e acabou suspender a continuidade da competição.

Muitos acharam que isto seria “sol de pouca dura” e que o “bicharoco” desaparecia rapidamente. Bastaria uma “quarentenazita” e já estava enganado o coronavírus. Erro total, como a realidade o veio a provar para quase todas as modalidades desportivas.

O xadrez, agarrando-se ao online, ainda foi conseguindo manter competições em movimento, algumas delas bem atractivas devido aos seus prémios chorudos.

Mas ficar sem desporto, e acima de tudo sem forma de cumprir os contratos das competições milionárias, é que também não parecia ser a solução para a situação criada pela pandemia. Assim, enquanto os mais modestos iam cancelando e anulando as suas competições, os mais ricos e os mais atrevidos iam criando condições para regressarem à actividade. Com uma nova roupagem se fosse necessário, mas o que era preciso era dar algum cumprimento aos contratos assinados antes do aparecimento do coronavírus.

É assim que, algumas modalidades foram ensaiando o seu regresso à actividade: sem público, com cuidados redobrados de higienização, mantendo distâncias, usando máscaras, etc., etc, etc.

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Com maior ou menor aplauso, aos poucos, lá fomos assistindo ao regresso de algumas actividades, inclusivamente, no futebol, uma compactada Champions League de bancadas despovoadas, mas milionária ainda.

Sem fugir à regra, em algumas partes do mundo, o xadrez foi anunciando o seu regresso ás actividades presenciais. Aqui o curioso é a utilização da palavra presenciais, pois o xadrez, durante todo este tempo de pandemia não deixou de estar em actividade, só que na sua forma on-line, pelo que se justitica plenamente a sua empregabilidade.

Obedecendo ás rigorosas regras emanadas pelas autoridades de saúde, lá foram surgindo algumas competições presenciais. A FIDE até já projecta a continuação do Torneio de Candidatos, interrompido exactamente a meio da competição. É claro que com um fundo de prémios de 500.000 euros, o maior de sempre para um torneio de Candidatos, não é de se deitar fora.
O certo é que não são conhecidos casos de COVID-19, originados nas competições presenciais de xadrez já realizadas.

Em Portugal, no passado dia 22 iniciou-se o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, naquele que é, penso eu, em terras lusas, o torneio de regresso à competição presencial. Os ecos que me chegam é que esta competição está a seguir as regras de segurança sanitárias e que estas em nada impedem o normal desenrolar das partidas. Pelo que me consta, os participantes estão agradados com as condições apresentadas e asseguram não haver motivos para preocupações acrescidas relativamente à proliferação do vírus.

É claro que as condições de segurança sanitária diferem de país para país, mas estou crente que Cabo Verde também já começa a reunir condições para que brevemente nos possamos olhar olhos nos olhos tendo entre nós, um tabuleiro de xadrez.

Por acreditar nisso, a Federação Cabo-verdiana de Xadrez (FCX), já agendou, para 15 a 18 de Outubro, a realização da prova rainha do xadrez Nacional: o Campeonato Nacional Individual Absoluto. Esta 4.ª edição do CNIA, que provavelmente, poderá ser, a única competição desportiva de nível nacional, a realizar-se no ano de 2020 em Cabo Verde, está prevista acontecer na cidade do Mindelo.
Brevemente esperamos divulgar boas notícias do xadrez nacional bem como, toda a regulamentação do CNIA 2020.

Até lá vamos continuando competindo online.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 978 de 26 de Agosto de 2020. 

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Autoria:Francisco Carapinha,31 ago 2020 6:42

Editado porSara Almeida  em  12 jun 2021 23:21

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