Os dois projectos complementam-se, com uma vertente de investigação vitivinícola e outra de promoção. O enoturismo está no centro de ambos, com uma aposta na valorização turística dos vinhos produzidos nas ilhas, como explica o responsável da Aula de Enoturismo e Turismo Gastronómico da Universidade de La Laguna, Gabriel Santos Garcia.
“Estamos a focar nas ilhas pequenas, como a de Hierro [nas Canárias] ou ilha do Fogo [em Cabo Verde], com um turismo que não seja de massa. O território vitivinícola é estratégico e muito interessante para ser conhecido, visitado e consumir produtos produzidos nesse território, acrescentando valor. Essa é a estratégia que estamos preparando para as ilhas do Fogo, Hierro e Pico.”, explica.
A ideia última é desenvolver e conservar os territórios onde se produz vinho e promover o emprego local, para evitar o êxodo das ilhas, fixando população.
“Realmente, passa pelo desenvolvimento local. A conservação e manutenção do território são muito importantes, através da geração de emprego no sector primário. Sabemos que as ilhas pequenas enfrentam o problema da saída de jovens, pelo que tentamos que isso não aconteça. É preciso um esforço para que se tenha um desenvolvimento económico, agregar valor para que os jovens não abandonem as ilhas”, afirma.
Gabriel defende que a aposta dos pequenos produtores de vinho da Macaronésia deve ser na qualidade e numa melhor promoção do produto, fazendo-o chegar aos clientes certos. No caso concreto do Fogo, o investigador explica que um dos trabalhos deverá passar pela investigação das espécies vinícolas existentes.
Se tudo correr bem, e se o projecto for financiado, as acções no terreno devem começar no próximo ano.