A revisão em alta para 2018 dos valores de crescimento económico aponta, “comparativamente às projecções de Abril, para um contributo mais robusto da procura externa líquida e mais ténue do consumo e do investimento privados para o crescimento, assim como para um crescimento mais contido dos preços no consumidor. Ancora, com efeito, a expectativa da sustentação do crescimento das exportações de bens e serviços algo próximo dos níveis observados no primeiro semestre, impulsionado pela sólida procura de pescado, de combustíveis e víveres nos portos e turística, bem como pela recuperação das exportações de serviços de transporte”, aponta o Banco de Cabo Verde.
O consumo privado também deverá “manter-se robusto”, assinala o BCV que alerta ainda assim para uma desaceleração do seu crescimento, “justificada sobretudo pelo efeito de base. As perspectivas para o consumo privado ancoram as expectativas de aumento dos rendimentos salariais, também em função do emprego da população activa afectada pela seca de 2017, das remessas de emigrantes e dos rendimentos das empresas”. Já as expectativas de aceleração do consumo público foram revistas em baixa e “continuam a ser justificadas, principalmente, pelo aumento da massa salarial, a qual se adiciona as transferências aos municípios e às famílias (directamente) no quadro do programa de mitigação da seca, e das aquisições de bens e serviços a terceiros”.
A nível do comércio externo, o BCV prevê que as exportações e reexportações de bens mantenham um forte ritmo de crescimento, para acomodar a procura de mercadorias tradicionais e não tradicionais de mercados, também, mais diversificados. Perspectiva-se, igualmente, um crescimento do negócio de hub dos transportes aéreos, com resultados positivos nas exportações de serviços, numa conjuntura em que a procura externa dirigida à economia nacional deverá manter-se relativamente estável. As importações, igualmente, deverão crescer a um ritmo menor em volume e em valor.