BCV aponta para crescimento de 4,5% em 2018

PorAndre Amaral,20 out 2018 8:12

​O Banco de Cabo Verde disse esta segunda-feira que a economia nacional cresceu 4% em 2017 e projecta que em 2018 o crescimento seja de 4,5%. Já a inflação foi de 0,8% em 2017 e este ano deve chegar a 1,3%.

A revisão em alta para 2018 dos valores de crescimento económico aponta, “comparativamente às projecções de Abril, para um contributo mais robusto da procura externa líquida e mais ténue do consumo e do investimento privados para o crescimento, assim como para um crescimento mais contido dos preços no consumidor. Ancora, com efeito, a expectativa da sustentação do crescimento das exportações de bens e serviços algo próximo dos níveis observados no primeiro semestre, impulsionado pela sólida procura de pescado, de combustíveis e víveres nos portos e turística, bem como pela recuperação das exportações de serviços de transporte”, aponta o Banco de Cabo Verde.

O consumo privado também deverá “manter-se robusto”, assinala o BCV que alerta ainda assim para uma desaceleração do seu crescimento, “justificada sobretudo pelo efeito de base. As perspectivas para o consumo privado ancoram as expectativas de aumento dos rendimentos salariais, também em função do emprego da população activa afectada pela seca de 2017, das remessas de emigrantes e dos rendimentos das empresas”. Já as expectativas de aceleração do consumo público foram revistas em baixa e “continuam a ser justificadas, principalmente, pelo aumento da massa salarial, a qual se adiciona as transferências aos municípios e às famílias (directamente) no quadro do programa de mitigação da seca, e das aquisições de bens e serviços a terceiros”.

A nível do comércio externo, o BCV prevê que as exportações e reexportações de bens mantenham um forte ritmo de crescimento, para acomodar a procura de mercadorias tradicionais e não tradicionais de mercados, também, mais diversificados. Perspectiva-se, igualmente, um crescimento do negócio de hub dos transportes aéreos, com resultados positivos nas exportações de serviços, numa conjuntura em que a procura externa dirigida à economia nacional deverá manter-se relativamente estável. As importações, igualmente, deverão crescer a um ritmo menor em volume e em valor.

Em linha com o FMI

As previsões do Banco de Cabo Verde surgem uma semana depois de o FMI ter apontado para um crescimento do 4,2% do PIB nacional em 2018.

Já a inflação, depois de ter tido uma evolução negativa em 2016 (-1,4%) e de em 2017 ter chegado aos 0,7%, o FMI prevê que em 2018 seja de 1% enquanto em 2019 chegue aos 1,6%. Em 2020 deverá, ao que indicam as previsões, chegar aos 2%.

Os dados do desemprego avançados pelo FMI diferem dos que foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística em Abril deste ano. Segundo o INE, em 2017, a taxa de desemprego em Cabo Verde era de 12,2%. No entanto, o relatório do Fundo Monetário Internacional aponta para os 9% em 2017 (menos 3,2% que o INE) e para 2018 a previsão é que o desemprego desça para os 8,5% mantendo-se a esse nível até 2020.

Conjuntura económica favorável, diz o INE

Entretanto, também na segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística anunciou que o ritmo de crescimento económico continuou “a acelerar no terceiro trimestre 2018”.

Nos diversos sectores económicos analisados pelo Instituto Nacional de Estatística, o clima de confiança é favorável. A excepção é feita aos sectores da construção e da indústria transformadora. Em ambos os casos, o “indicador manteve a tendência descendente dos últimos trimestres, situando abaixo da média da série e evoluindo negativamente face ao trimestre homologo”.

Apesar de a maioria dos sectores considerar que no terceiro trimestre as diversas actividades decorreram de forma positiva, os empresários não deixaram de lançar alguns alertas. Por exemplo, no que respeita ao sector do comércio em estabelecimento, no decorrer do terceiro trimestre de 2018, as dificuldades financeiras e a insuficiência da procura foram os principais constrangimentos do sector. Para os empresários do sector do turismo, uma das grandes dificuldades foi encontrar pessoal com formação apropriada e nos transportes, de acordo com os empresários, as dificuldades financeiras e dificuldades na obtenção de créditos bancários foram os principais constrangimentos do sector, no decorrer do 3º trimestre 2018.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 881 de 17 de Outubro de 2018.

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Autoria:Andre Amaral,20 out 2018 8:12

Editado porFretson Rocha  em  12 jul 2019 23:22

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