Os dados estão no Relatório de Política Monetária do Banco de Cabo Verde.
Segundo o documento, a “aceleração do crescimento económico foi determinada, do lado da procura, pela dinâmica do sector público (impostos líquidos de subsídios e administração pública) e, do lado da oferta, pelo contributo positivo da procura externa líquida”.
A taxa de inflação manteve a taxa ascendente fixando-se em 1,3% em Dezembro do ano passado. A justificação, avança o BCV está nos “efeitos directos e indirectos do aumento dos preços das matérias primas energéticas nos mercados internacionais, a par da redução da produção local de frescos” que, refere o banco central, “foram determinantes para o aumento da inflação nacional”.
“As contas externas também melhoraram devido, de entre outros fatores, à redução do défice comercial de bens e serviços e à diminuição dos rendimentos pagos aos investidores não residentes. As reservas internacionais líquidas do país registaram um aumento de cerca de oito milhões de euros, passando a garantir cerca de 5,6 meses de importações de bens e serviços”, destaca o BCV.
Já as contas públicas registaram um melhor desempenho “tendo o défice global reduzido de 3,1 para 2,6 por cento do PIB. Como consequência da contenção das necessidades de financiamento do Estado e do crescimento acelerado do produto nominal, o stock da dívida pública, excluindo os Títulos Consolidados de Mobilização Financeira, reduziu dos 126,6 para 123,4 por cento do PIB”.
“No que toca à inflação, as perspectivas de uma queda significativa dos preços das matérias primas nos mercados internacionais e a tendência mais recente da queda dos preços de bens alimentares não transformados suportam as expectativas de uma inflação média anual, para o final do ano, na ordem dos 0,9 por cento, abaixo dos 1,4 por cento projectados em Outubro de 2018”.
Assim, “numa conjuntura de pressões contidas nos preços no consumidor e na balança de pagamentos e de sustentada dinâmica da procura agregada”, o Banco de Cabo Verde deverá manter, pelo menos no futuro mais próximo, “a actual orientação de política monetária, permanecendo atento à eventual materialização de riscos, ainda que remotos, à evolução das reservas internacionais do país e acompanhando a evolução económica e financeira relevante a nível interno e externo, de modo a tomar as medidas correctivas necessárias”, conclui o BCV.