A economia nacional continua a crescer a um ritmo favorável, aponta hoje o BCV no seu Relatório de Política Monetária e registou um crescimento económico em evolução positiva (os dados do INE mostram um crescimento de 3,9% em 2017 contra 3,8% em 2016).
Explica o BCV que no que respeita à oferta, “as performances muito positivas de impostos líquidos de subsídios, indústria transformadora, administração pública, electricidade e água, alojamento e restauração, bem como a assinalável recuperação do comércio, explicam o melhor comportamento da economia. Do lado da procura, a economia foi impulsionada pela dinâmica da procura interna, em particular do consumo e investimento privados, numa conjuntura de marcada recuperação do investimento público”.
Já quanto à evolução do Índice de Preços no Consumidor, o banco central assinala a sua evolução positiva “iniciada em Janeiro” e que permitiu que a taxa de inflação evoluísse de -1,4% em Dezembro de 2016 para 0,8% em Dezembro do ano seguinte. A evolução dos preços, explica o BCV, foi determinada “pelos efeitos directos e indirectos do aumento dos preços das matérias primas, especialmente energéticas, nos mercados internacionais, numa conjuntura de fortalecimento da procura interna e da economia dos principais parceiros comerciais do país”. Já o mau ano agrícola, apesar de se reflectir nas contas finais acaba por não significar um prejuízo tão elevado. “A fraca precipitação registada na época das chuvas também contribuiu para alguma pressão inflacionista. Entretanto, a substituição da produção local pelas importações terá mitigado a tendência altista dos preços de frescos produzidos internamente”, aponta o banco central.
Destaque ainda para a balança de pagamentos que teve uma evolução negativa face a 2016 e que se traduziu num “aumento do défice da conta corrente de 2,7 para 7,1 por cento do PIB, acompanhado de uma redução dos fluxos líquidos de financiamento da economia de 8,0 para 3,5 por cento do PIB”. Dessa forma, aponta o BCV, “o stock das reservas internacionais líquidas diminuiu em 1.482 milhões de escudos para 57.221 milhões de escudos (519 milhões de euros). Não obstante a sua redução, as reservas do país permaneceram em níveis considerados adequados, atendendo ao perfil de risco do país e ao regime monetário de peg unilateral ao Euro, permitindo garantir 5,9 meses de importações de bens e serviços”.