Cabo Verde Airlines trabalha com a Binter solução para ligações domésticas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,15 mar 2019 7:09

​O director-adjunto da Cabo Verde Airlines, Mário Chaves, disse quinta-feira que a companhia, que opera ligações internacionais a partir do Sal, está a trabalhar com a Binter Cabo Verde numa solução rápida para as ligações internas.

A Cabo Verde Airlines, antiga companhia aérea pública cabo-verdiana e privatizada desde 01 de Março, faz actualmente ligações internacionais entre a ilha cabo-verdiana do Sal e destinos na Europa, Brasil e Estados Unidos.

A Binter Cabo Verde opera actualmente em exclusivo as ligações internas em Cabo Verde e o desencontro de horários entre os voos das duas companhias tem criados dificuldades, sendo uma das principais queixas dos passageiros que viajam para as outras ilhas de Cabo Verde, via Sal, pela Cabo Verde Airlines.

“As rotas precisavam de ser alinhadas. Enviámos o nosso pedido e estamos a trabalhar com a Binter para tentar encontrar uma solução nas ligações domésticas para garantir uma ligação rápida das outras ilhas, para promover o movimento das pessoas de Cabo Verde para fora, mas também de fora para Cabo Verde”, disse Mário Chaves.

O responsável da Cabo Verde Airlines, que hoje apresentou na Bolsa de Turismo de Lisboa a nova estratégia da empresa após a privatização, disse que a companhia tem todas as condições para operar voos domésticos, mas que, de momento, esse cenário “não faz sentido”, uma vez que está em cima da mesa a perspectiva de uma solução com a Binter.

“A Cabo Verde Airlines não está limitada para fazer ligações internas, no entanto, o nosso foco foi sempre o ‘hub’, que é um ‘hub’ internacional, mas também reflecte rotas domésticas. Se não conseguirmos encontrar uma solução, obviamente teremos de procurar alternativas, mas neste momento não queremos divergir do nosso foco que é implementar o ‘hub'”, disse.

Mário Chaves adiantou que as duas empresas atravessaram “períodos de incerteza”, mas que, no caso da Cabo Verde Airlines, após a privatização “existe certeza” e “horários estáveis definidos”.

“A privatização era esperada pelo mercado há muito tempo e estamos a sentir que tem um impacto positivo na confiança”, disse Mário Chaves.

Depois de um ano e meio em que o grupo Icelandair assumiu a gestão da empresa, o Estado vendeu 51% da Cabo Verde Airlines (antiga TACV) à Lofleidir Cabo Verde, empresa do mesmo grupo, detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses.

Mário Chaves, que liderou a equipa gestora durante o período de reestruturação da empresa, escusou-se a avançar resultados dessa operação, considerando que “o passado não reflecte o futuro da companhia”.

“O futuro é de confiança e acredito que se vai traduzir no cumprimento do plano de negócios. Estamos firmes no nosso plano de expansão”, disse.

Adiantou que actualmente a empresa tem dois aviões a operar em permanência e que durante o verão serão três, atingido os quatro até final do ano.

Até 2023, juntar-se-ão à frota dois aviões por ano até atingir os 12 aparelhos.

“Dez aviões num ‘hub’ não é muito. Pode parecer muito para Cabo Verde, mas acredito que o mercado está lá”, afirmou.

A empresa, que numa fase inicial do processo de reestruturação deixou de voar para os aeroportos da Praia e São Vicente, duas ilhas mais populosas do país, retomou, entretanto, as ligações para a capital cabo-verdiana.

Mário Chaves adiantou, no entanto, que a empresa está a aceitar reservas para a cidade da Praia apenas até Junho e que o compromisso assumido com as autoridades cabo-verdianas aquando da assinatura da privatização foi “fazer um estudo sobre outras rotas” para avaliar a sua rentabilidade.

Mário Chaves anunciou o reforço das actuais rotas com ligações a Itália no verão e Nigéria, Angola e um segundo destino nos Estados Unidos no inverno IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo, na sigla em inglês).

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,15 mar 2019 7:09

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  5 dez 2019 23:21

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