O também ministro das Finanças fez estas declarações durante o acto de assinatura do acordo de financiamento com a Unieredit Bank Austria AG para reforço da capacidade de dessalinização de água em 5,5 milhões de euros (cerca de 600 mil contos), realizada esta tarde na capital cabo-verdiana.
As oportunidades a serem aproveitadas, entende Olavo Correia, são aquelas que existem nos domínios do turismo, do comércio, da indústria, da energia e da tecnologia.
Entende o governante cabo-verdiano que África, para se desenvolver, “precisa de ter uma mudança da abordagem de atitude”.
“Nós não podemos ter um continente que importa quase tudo do exterior. Quando o continente africano importa do exterior, ele estará a criar oportunidades em outros países do mundo”, defendeu.
Quando assim é, acrescentou, haverá a juventude africana a procurar emigrar para outras partes do mundo em situações sub-humanas e “que não dignificam qualquer político africano que está engajado e comprometido com o melhor futuro para África”.
Para Olavo Correia, se forem criadas oportunidades em África de produção, inovação, exportação, haverá condições para que todos possam viver com dignidade em África.
“Para construirmos um futuro melhor para o continente africano, este é o primeiro ponto. Segundo ponto, que me parece muito importante para a África é que nós temos que ter um continente de paz, de estabilidade, de democracia e que respeite os direitos do homem”, sublinhou.
Ainda nas suas declarações, o número 2 do executivo de Ulisses Correia e Silva referiu que é “essencial” que todos os países se unam em relação a isso, porque, defendeu, “não faz sentido que haja partido de soberania, num estado que não seja democrático, num quadro de permanente instabilidade”.
E quanto à entrada de Cabo Verde na ZLEC, Olavo Correia ressaltou que país é arquipelágico e pequeno em termos de dimensões geográficas.
Por isso, para que Cabo Verde se possa integrar no continente africano com vantagens, deve “negociar a sua especificidade”, quer ao nível da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), como a nível do continente africano.
“Nós temos que criar as condições para garantir a conectividade. Não pode haver comércio sem transportes marítimos. É uma ilusão pensar em acordos aduaneiros, a nível do comércio e todos esses instrumentos jurídicos e depois não termos ligações marítimas entre Cabo Verde e o continente africano”, prosseguiu.
Entende ainda Olavo Correia que não há comércio possível sem a conectividade aérea, marítima, tecnológica, sem a livre circulação de bens, pessoas e capitais.
Cabo Verde, segundo o vice-primeiro-ministro, está “muito engajado” neste processo.