ONU alerta para efeitos da quebra do turismo em Cabo Verde, São Tomé e Timor-Leste

PorExpresso das Ilhas, Lusa,25 abr 2020 8:11

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) alertou esta sexta-feira para o impacto da quebra do turismo em pequenos Estados insulares em desenvolvimento, como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, devido à pandemia de COVID-19. De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, em episódios epidémicos anteriores, o tempo médio de recuperação dos destinos turísticos rondou os 19 meses.

Segundo um comunicado emitido pela UNCTAD, Cabo Verde é o sexto pequeno Estado insular em desenvolvimento (em 28) que deverá ter o seu produto interno bruto (PIB) mais afectado, com quebra de 12%.

Na óptica da agência das Nações Unidas, o turismo, que representa 46% do PIB do arquipélago, aliado a uma dívida pública de 89% da economia cabo-verdiana e a existência de reservas internacionais - de moeda estrangeira, utilizada para pagar importações - equivalentes a cinco meses colocam o arquipélago lusófono como um dos mais afectados na lista.

A UNCTAD estima que Cabo Verde necessite de assistência financeira avaliada em 131 milhões de dólares (121,3 milhões de euros).

Para São Tomé e Príncipe, a UNCTAD prevê um efeito negativo de 7% na economia do país. De acordo com os dados da agência da ONU, o turismo representa 27% do PIB, enquanto a dívida externa alcança os 59% deste indicador. Ao mesmo tempo, São Tomé e Príncipe é um dos países com menores reservas internacionais, suficientes apenas para três meses.

A UNCTAD estima que São Tomé e Príncipe necessite de 25 milhões de dólares (23,2 milhões de euros).

Já Timor-Leste é o segundo país menos afectado, segundo a agência da ONU, que prevê que a baixa incidência do turismo no PIB timorense (3%) produza uma contração na economia de apenas 1%.

Ainda assim, a UNCTAD avalia que Timor-Leste necessite de 20 milhões de dólares (18,5 milhões de euros).

No comunicado, a UNCTAD cita a previsão de uma outra agência da ONU, como a Organização Mundial de Turismo, que prevê uma contracção entre 20% e 30% do sector turístico este ano, algo que diz ser “conservador para os países dependentes de turistas estrangeiros”.

A UNCTAD acrescenta que, de acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, em episódios epidémicos anteriores, o tempo médio de recuperação dos destinos turísticos rondou os 19 meses.

No total dos 28 pequenos Estados insulares em desenvolvimento, a UNCTAD admite que sejam necessários 5,5 mil milhões de dólares (5,01 mil milhões de euros) para enfrentar as consequências da pandemia nas economias.

“Ainda que muitos dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento não estejam entre os países mais pobres, são vulneráveis. Isto é ainda mais agravado devido às elevadas dívidas externas que muitos destes Estados têm”, acrescenta a UNCTAD.

A agência da ONU adianta que “é fundamental que estes Estados tenham acesso a fundos sem taxas de juro e possam suspender os actuais pagamentos de dívida até estarem preparados financeiramente para cumprirem as suas obrigações externas”.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infectou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 720 mil doentes foram considerados curados.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,25 abr 2020 8:11

Editado porSara Almeida  em  2 fev 2021 23:21

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