Em conferência de imprensa, Carlos Lopes disse que os funcionários da empresa estão completamente abandonados à sua sorte, e que nem a administração, nem os accionistas, e muito menos o Governo se preocupam com “a insustentável” situação por que atravessam os trabalhadores da CVA.
“A administração da empresa tem vindo a apresentar todo o tipo de desculpas para tentar justificar o não pagamento dos salários que é da sua responsabilidade. Há três meses que a TACV/Cabo Verde Arlines não paga os salários aos trabalhadores, e não dá nenhuma satisfação aos mesmos. Existe uma desresponsabilização total do Governo, dos accionistas e da administração da empresa em relação a essa situação que se arrasta há já demasiado tempo”, diz.
O sindicato exige o pagamento imediato dos salários em atraso, e que seja cumprido o estabelecido no Código Laboral, ou seja, que o pagamento do ordenado seja feito no fim de cada mês.
O secretário permanente do SITHUR, Carlos Lopes explica que os trabalhadores que se encontram em regime de lay-off tem vindo a sobreviver, ultimamente, apenas com os 35% do salário pagos, com atrasos, pelo INPS.
“Ora, sabendo que essa 2ª fase do lay-off termina já amanhã, perguntamos com o é que esses trabalhadores irão viver depois? Os trabalhadores não suportam mais esta situação”, refere.
Carlos Lopes afirma que os trabalhadores têm vindo a enfrentar uma situação “extremamente dolorosa” para satisfazerem as suas necessidades básicas com as respectivas famílias, a educação dos filhos e dar respostas a compromissos com terceiros.
Outra preocupação prende-se com a situação da Cabo Verde Airlines.
“O Governo tem afirmado publicamente e ao mais alto nível, que não deixará a empresa desaparecer. Mas os trabalhadores estão muito cépticos em relação a essa afirmação do Governo, tendo em conta não só a realidade actual, como também porque os sinais que chegam até eles vão em sentido contrário”, critica.
O sindicato lamenta a falta de entendimento entre o Governo e o accionista maioritário, e diz que os colaboradores da empresa não entendem por que razão outras companhias aéreas estrangeiras estão há já algum tempo a voar de e para Cabo Verde, enquanto a Cabo Verde Airlines continua em terra.
“O Governo não pode deixar que a situação se arraste por mais tempo nessa indefinição. É tempo de uma tomada de decisão sobre o futuro da TACV/Cabo Verde Airlines. Não será mais aceitável, seja por que razão for, se protela por mais tempo uma tomada de decisão e fazer a TACV começar a voar”, posiciona.
O SITHUR defende que o Estado deve intervir e com a máxima urgência na CVA, sob pena de a mesma vir a desaparecer.