O alerta do SITHUR foi feito hoje, em entrevista à Rádio Morabeza. O responsável diz que muitos funcionários já foram despedidos devido ao encerramento de empresas ou por redução da actividade. Por outro lado, recorda que a grande maioria dos trabalhadores do sector, particularmente no Sal e Boa Vista, encontra-se em casa, em regime de suspensão do contrato de trabalho.
“Acontece que esse regime termina já no dia 30 Setembro e até este momento não se conhece nenhuma medida oficial do Governo ou do Parlamento a determinar como é que será a partir do próximo dia 1 de Outubro de 2020, que é já na próxima semana. Se nenhuma medida for tomada antes dessa data, no sentido de amparar as empresas deste sector e dar protecção dos trabalhadores, poderemos vir a ter despedimentos em massa”, alerta.
“É urgente que o Governo adopte medidas no sentido de encontrar uma solução pelo menos para os próximos meses de Outubro a Dezembro, para apoiar as empresas dos sectores antes referidos e de protecção dos trabalhadores até a retoma das actividades do turismo”, apela.
Com o regime simplificado de suspensão de contrato de trabalho, adoptado a partir de 1 de Abril deste ano, o INPS assume o pagamento de 35% do salário e as empresas os restantes 35%.
Devido à gravidade da situação em que se encontram as empresas, o SITHUR defende a reabertura imediata das fronteiras, salvaguardando a situação sanitária do país. Para Carlos Lopes, a retoma dos voos internacionais é a única forma de o país iniciar o processo gradual da retoma à normalidade económica, mesmo que condicionada pelo novo coronavírus.
“Instamos o Governo a ponderar, com a urgência que a situação requere, a abertura urgente das fronteiras nacionais com as cautelas devidas e as medidas de prevenção que do ponto de vista sanitário se exigem, para a retoma dos voos internacionais, conforme, aliás, já vem acontecendo em vários outros países. As empresas de hotelaria e restauração e seus trabalhadores não aguentam mais o arrastar da situação. É preciso coragem política e determinação do Governo para se ultrapassar esta situação com medidas firmes e ponderadas”, defende.
Recorde-se que também as agências de viagens e turismo de Cabo Verde defendem a “reabertura imediata” das fronteiras para ultrapassar os momentos difíceis das empresas por falta de voos comerciais internacionais.
Cabo Verde não recebe voos comerciais internacionais desde 19 de Março, devido à pandemia de covid-19.Contudo, desde 01 de Agosto que o arquipélago mantém um corredor aéreo com Portugal para voos essenciais, com a obrigatoriedade de apresentação de testes negativos para covid-19 nos dois sentidos.