Até Outubro, medidas de mitigação à crise custaram mais 1 milhão de contos ao INPS

PorExpresso das Ilhas, Lusa,18 fev 2021 9:46

O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) já apoiou 30.000 pessoas com medidas de mitigação da crise provocada pela pandemia de COVID-19. No total o INPS gastou 1.1 milhões de contos nestas medidas.

A informação consta do relatório e contas de 2019 do instituto público, só recentemente concluído e que contabiliza também os principais impactos na gestão de 2020, nomeadamente com as medidas “para fazer face aos desafios impostos pelo novo contexto” e que “atingiram fortemente” o INPS, reconhece a instituição.

Desde logo, “para atender às medidas de mitigação ao desemprego criadas pelo governo”, o INPS refere que no segundo trimestre de 2020 foi “obrigado à revisão do seu orçamento inicial”, bem como à “aprovação de um novo orçamento contemplando medidas extraordinárias de combate” aos impactos da pandemia, “fundamentalmente ao nível de atendimento das prestações”.

Assim, o balanço da instituição contabiliza 29.984 beneficiários de apoios sociais atribuídos para mitigação da pandemia de COVID-19 no período de 27 de Março a 15 de Outubro de 2020, quantificados em 1.148.221.382 escudos.

“O conselho directivo e a comissão executiva do INPS, além da revisão do orçamento inicial, têm vindo a acompanhar as medidas implementadas pelo governo, defendendo o interesse dos contribuintes, beneficiários, segurados e demais parceiros do sistema de previdência social em Cabo verde”, lê-se no relatório e contas da instituição.

A maior dotação destes apoios foi para as duas primeiras fases do regime de suspensão de contractos de trabalho, garantindo 70% do salário aos trabalhadores colocados em ‘lay-off’, pago em partes iguais pela entidade empregadora e pelo INPS. Em concreto, este apoio abrangeu até 15 de Outubro um total de 23.361 trabalhadores, custando ao INPS mais de 1.1 milhões de contos.

As despesas do INPS para mitigar as consequências da pandemia de COVID-19 incluem ainda a atribuição de mais de 1.400 subsídios de desemprego e de 967 subsídios de isolamento profiláctico de trabalhadores.

A ministra da Justiça e do Trabalho, Janine Lélis, anunciou recentemente que cerca de 38.000 trabalhadores foram abrangidos em 2020 pelo regime de ‘lay-off’, implementado pelo governo para mitigar as consequências económicas da pandemia de COVID-19, renovado em 01 de Janeiro.

Acrescentou que os pedidos de empresas, agora apenas do sector do turismo, para colocação de trabalhadores em ‘lay-off’, para este novo período, que vai vigorar até 31 de Março, “não são muitos”.

Depois de cerca de 38.000 trabalhadores abrangidos pelo ‘lay-off’ simplificado de Abril a 31 de Dezembro de 2020 e deste quarto período, com mais limitações, até Março, a ministra não se comprometeu com um novo prolongamento da medida, numa altura em que o turismo continua praticamente parado no país, apesar de representar 25% do Produto Interno Bruto.

“Com o aproximar do final do mês de Março estaremos a poder decidir”, disse Janine Lélis.

O novo período de ‘lay-off’ em Cabo Verde vai vigorar até 31 de Março, reduzindo a comparticipação das empresas no pagamento dos trabalhadores e condicionando a sua atribuição a quebras de 70% na facturação.

De acordo com a nova legislação que regula a medida, de 08 de Janeiro, que a Lusa noticiou anteriormente, este quarto período de regime simplificado de suspensão do contrato de trabalho – o terceiro terminou em 31 de Dezembro – mantém o pagamento de 70% do salário bruto aos trabalhadores, mas diminui o encargo das empresas de 35% para 25% desse total.

A medida “aplica-se às entidades empregadoras de natureza privada e aos seus trabalhadores, do sector do turismo, eventos e actividades conexas, visando a manutenção de postos de trabalho e a mitigação de situações de crise empresarial”, devido à pandemia de COVID-19.

Além disso, as empresas continuam a poder recorrer a trabalho parcial dos empregados colocados em ‘lay-off’, com acesso “proporcional e adaptado ao tipo de contrato”.

O ministro das Finanças, Olavo Correia, admitiu em 06 de Janeiro, no parlamento, que a retoma económica no país durante 2021 será lenta, com o governo a querer facilitar o acesso à atribuição de subsídio de desemprego, como medida mitigadora.

“Nós queremos que neste quadro de progressiva recuperação haja cada vez menor adesão, como é evidente”, afirmou Olavo Correia referindo-se ao acesso cada vez mais restrito ao regime simplificado de ‘lay-off’.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,18 fev 2021 9:46

Editado porAndre Amaral  em  17 nov 2021 23:21

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