De acordo com um boletim de tráfego da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), ao qual a Lusa teve hoje acesso, trata-se da primeira quebra mensal desde o confinamento generalizado, devido à pandemia, em Abril (512 sobrevoos).
Desde então que o tráfego internacional controlado por Cabo Verde estava a aumentar todos os meses, mas caiu agora 5,7% de Dezembro para Janeiro, período marcado pela reposição das restrições nas viagens internacionais sobretudo nos países europeus, com novas vagas da pandemia.
Os 1.838 voos internacionais controlados por Cabo Verde em Janeiro comparam ainda com os 5.151 sobrevoos no mesmo mês de 2020 (-64%).
A gestão desta FIR é uma das principais fontes de receitas do sector aeronáutico de Cabo Verde. Os rendimentos da ASA com o sector da navegação aérea cresceram 19% de 2017 para 2018, para 2.945 milhões de escudos, o equivalente a 43% de todas as receitas da empresa pública, que gere os aeroportos do país.
A FIR (região de informação de voo) corresponde a um espaço aéreo delimitado verticalmente a partir do nível médio do mar, sendo a do Sal – que existe desde 1980 - limitada lateralmente pelas de Dakar (Senegal), Canárias (Espanha) e Santa Maria (Açores, Portugal).
Toda esta área está sob jurisdição das autoridades aeronáuticas cabo-verdianas, tendo a FIR sido criada em 1980.
A localização estratégica da FIR do Sal coloca-a “na encruzilhada dos maiores fluxos de tráfego aéreo entre Europa e a América do Sul e entre a África Ocidental e a América do Norte e Central e as Caraíbas”, explicou anteriormente a ASA.
O pico histórico mensal do movimento na FIR Oceânica do Sal registou-se em Julho de 2019, com um total de 5.424 aeronaves controladas, equivalente a 175 sobrevoos diários.