A informação consta de um despacho conjunto dos ministros do Turismo e Transportes e das Finanças, de 05 de Abril atribuindo ao Maihotel Club o estatuto de Utilidade Turística de Instalação em Montinho de Lume, Porto Inglês, através da imobiliária Les Mas Verts, de dois sócios franceses.
De acordo com o despacho governamental que atribui este estatuto, que dá acesso a benefícios fiscais à instalação por parte dos promotores, o investimento envolve a construção de uma unidade hoteleira “que pretende oferecer um turismo de alta gama e responsabilidade sob o conceito ‘Adults Only’”.
Prevê a disponibilização de 60 suítes, apartamentos e escritórios, num empreendimento divido por um centro de vida, com boutiques e espaço para prática desportiva, restaurantes, um clube privado, uma praia privada, um centro de pesca desportiva e uma piscina. Ainda um centro de negócios e um terceiro centro, de bem-estar, com ginásios e serviços complementares.
O projecto está orçado em quase 800 mil contos, prevê a criação de 60 postos de trabalho e segundo o Governo insere-se na “política nacional traçada para o setor do turismo”, que pretende “cumprir com as normas de prestação de serviço inovador”, obedecendo a padrões de qualidade interacionais e impulsionando o aumento do alojamento no arquipélago.
Um projecto anterior semelhante e dos mesmos promotores já tinha recebido o mesmo estatuto no final de 2012, mas não chegou a avançar por dificuldades financeiras, tendo sido reformulado para avançar em novos moldes.
No despacho que revogou a atribuição do estatuto anterior é referido que os promotores alegaram “dificuldades financeiras” para dar início ao projeto anterior e “usufruir do tal estatuto”, mas que “actualmente já estão reunidas todas as condições para arrancar com a sua implementação”.
Com este investimento, eleva-se a 1.077 milhões de euros e praticamente 8.500 postos de trabalho os contratos de promotores privados, em hotelaria e turismo, fechados com o Estado desde Abril de 2020, já depois do início da pandemia de covid-19. Envolve, além do Radisson Praia e do Mélia Lusofonia, dois outros megaempreendimentos cujo investimento foi contratado no final de Março, e o do Maihotel Club, dois hotéis de cinco estrelas da cadeia Marriot e 21 investimentos com estatuto de utilidade turística, de acordo com dados oficiais compilados pela Lusa.
O presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde, Gualberto do Rosário, garantiu em Março, em entrevista à Lusa, que os empresários não deixaram de investir, apesar do forte impacto da pandemia, esperando um crescimento ainda mais pujante no sector a curto prazo.
“Uma vez resolvida a questão da pandemia, admito que o sector retome a normalidade, eventualmente até com outra pujança, esperemos, como vinha crescendo. Os empresários de uma forma geral, tanto os nacionais como os investidores externos, percebem que é assim e estão a preparar-se para a retoma”, afirmou o responsável, embora admitindo que a maioria dos hotéis em Cabo Verde permanece encerrada, devido aos impactos da covid-19.