De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental do Ministério das Finanças até Fevereiro o 'stock' da dívida pública aumentou também face aos 281.885 milhões de escudos, e 149,2% do PIB, em Janeiro deste ano.
Em Fevereiro de 2021, a dívida pública ascendia a mais de 260.343 milhões de escudos, então equivalente a 148,2% do PIB (indicador que foi revisto em baixa após as consequências da crise económica provocada pela pandemia).
O Governo estima baixar o rácio do ‘stock’ da dívida pública para 150,9% do PIB em 2022, conforme prevê o Orçamento do Estado, depois dos 155,6% em 2020, devido aos efeitos económicos da pandemia de covid-19.
O 'stock' da dívida pública de Cabo Verde já tinha atingido no final de Dezembro passado um recorde de 280.332 milhões de escudos (2.534 milhões de euros), equivalente a 157,1% do PIB estimado para 2021.
Em Fevereiro último, a dívida pública contraída internamente valia o equivalente a 44,4% do PIB nacional (43,5% em Fevereiro de 2021), aumentando para quase 83.843 milhões de escudos, enquanto a dívida externa valia 106,3% (104,8% em 2021), equivalente a mais de 200.765 milhões de escudos.
O alívio, restruturação ou perdão da dívida externa de Cabo Verde é um objectivo de curto prazo assumido pelo Governo, que está em conversações com credores internacionais, nomeadamente Portugal, para libertar recursos financeiros para a retoma económica após a pandemia.
Face à crise económica provocada pela pandemia de covid-19, com quebra nas receitas fiscais e a necessidade de aumento de apoios sociais e às empresas, o Governo está a recorrer desde Abril de 2020 ao endividamento público para financiar o funcionamento do Estado, através de empréstimos internacionais e pela emissão de títulos do Tesouro no mercado interno.
Com uma recessão económica de 14,8% em 2020, que reduziu nessa proporção o PIB de Cabo Verde face a 2019, o rácio do 'stock' da dívida pública em função do PIB também disparou. Esse rácio ultrapassou pela primeira vez os 100% do PIB em 2013, mas estava em queda na anterior legislatura (2016-2021), até ao início da pandemia de covid-19, sobretudo devido ao crescimento económico do arquipélago, de mais de 5% ao ano, já que continuava a crescer em termos absolutos.
A principal consequência económica da pandemia de covid-19 em Cabo Verde prende-se com a ausência quase total de turismo desde Março de 2020, sector que antes garantia 25% do PIB do país, com a inerente forte quebra de receitas fiscais e consumo.