Segundo Alexandre Monteiro, que falava na sessão de perguntas dos deputados ao Governo na primeira sessão parlamentar deste mês de Abril, com a conjuntura internacional difícil, por causa da guerra, o mercado tem se caracterizado pela alta de preços e também por preços extremamente voláteis e com oscilações numa semana ou no mesmo dia.
Em Cabo Verde, frisou o ministro, utiliza-se um mecanismo que faz o ajustamento de preços internacionais, tendo em conta os custos adicionais internos, que têm a ver com a logística, com os impostos e a distribuição dos produtos. No entanto, explicou, nessa conjuntura actual o custo de importação já tem um peso que ultrapassa 80 por cento (%) em quase todos os produtos.
Segundo Alexandre Monteiro, “se o Governo não tivesse tomado medidas de mitigação o aumento dos produtos seria variável entre os 8 % até 30 %”, mas ficou-se” no nível de 5 %” e o Governo entende que “neste momento está num patamar elevado”.
“Só para se ter uma ideia, o patamar hoje é mais de 40 % acima do preço que tínhamos em Abril do ano passado, mas se as medidas não tivessem sido tomadas estaríamos a 70 % superior. Imagina a situação e sufoco que isso provoca no sistema energético”, afirmou o governante.
O ministro lembrou ainda que 50 % do volume do combustível no mercado interno destina-se à produção de electricidade e que a inflação externa também impacta nos custos de electricidade.
“Podemos estimar que num período de um ano da extensão pela previsão que nós temos até Setembro, já são cerca de 2,2 milhões de contos. E em relação a combustíveis só os acréscimos adicionais estamos a falar de 1,5 milhões de contos, que vai dar 3,7 milhões de contos, que é o impacto da guerra no preço dos produtos energéticos no País”, elucidou Alexandre Monteiro.
No entanto, adiantou que o Orçamento de Estado “não suporta este impacto de cerca de 4 milhões de contos”. Pelo que explicou que “o Governo iniciou reuniões nesta terça-feira para mobilizar esse montante” e “está a fazer esforços dentro da margem orçamental para promover a estabilização de preços”.
O debate na Assembleia Nacional foi suspenso e prossegue esta quinta-feira com perguntas dos deputados ao Governo e aprovação de propostas de lei e propostas de resolução.