Esta é pelo menos a promessa que ministro das Finanças, Olavo Correia, trouxe de Washington, onde esteve a participar nas reuniões de primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que decorreram de 18 a 24 de Abril.
Conforme uma nota que dá conta do balanço da missão, Olavo Correia assinou com o BM um acordo para o financiamento do projecto “Capital Humano” no valor de 26 milhões de dólares, que irá incidir, sobretudo, na melhoria do sistema de educação em Cabo Verde, mas também na promoção da formação profissional, assim como a promoção da inclusão social.
Esse mesmo projecto abrange também o financiamento para a reabilitação das habitações sociais e intervenções ao nível da requalificação urbana no perímetro dessas habitações sociais.
“Com as reuniões em Washington ficou a promessa da aprovação para financiamento de um projecto de relançamento do sector do turismo, no valor de 35 milhões de dólares (3,7 milhões de contos), que conta ainda com mais um financiamento adicional em cerca de 7 milhões de dólares”, indicou a mesma fonte, adiantando ainda que o BM vai ajudar Cabo Verde, através de uma assistência técnica, visando numa nova estratégia para a gestão da dívida pública.
Já com o FMI o Governo assinala como ganho das reuniões a possibilidade de aceder a um montante de que ascende os 40 milhões de dólares do Fundo para Resiliência e Sustentabilidade (RST, na sigla em inglês), um novo mecanismo criado pelo FMI que tem por objectivo ajudar os países a lidarem com os desafios estruturais macroeconômicos, face ao contexto actual de crise.
No entanto, para ter acesso a esse fundo, Cabo Verde vai ter que pôr em prática algumas recomendações mais genéricas, nomeadamente continuar a investir na saúde, na segurança sanitária, continuar a trabalhar para que as despesas sociais possam ser protegidas, evitar o aumento da pobreza extrema, e acelerar as reformas, concretamente, ao nível da transição energética e da transição digital, e aposta na mitigação e adaptação às alterações climáticas.
De acordo com a mesma fonte, a missão a Washington permitiu a Cabo Verde dar seguimento às negociações com o FMI para fechar o novo Programa que vai ajudar o país ao nível da implementação de reformas estruturantes para o seu desenvolvimento sustentável.
Dos encontros ficou ainda decidido que Cabo Verde tem até Setembro deste ano para nomear um administrador adjunto para o BM que, depois de três anos, passa a ser administrador efectivo nessa instituição.
Um feito que, segundo o Governo cabo-verdiano, representa um “grande marco” para o país em termos de visibilidade e prestígio, junto dessa instituição.
À margem das reuniões de primavera, Olavo Correia participou num encontro técnico para a preparação da African Caucus, que é uma reunião anual que agrega os ministros das Finanças, Planeamento e governadores africanos dos bancos centrais junto do FMI e Grupo Banco Mundial (GBM).
Durante esse encontro ficou confirmado que Cabo Verde vai presidir e sediar African Caucus 2023.
De acordo com Olavo Correia, trata-se de um evento que representa “uma excelente oportunidade para o Governo na promoção da agenda de desenvolvimento de Cabo Verde junto dos altos representantes do FMI, do Banco Mundial e dos vários governadores dos países africanos”.