Óscar Santos disse hoje, durante a apresentação do Relatório de Política Monetária do BCV que o PIB deverá crescer 8% este ano. Este valor tem por base “uma dinâmica muito forte no sector de serviços e fundamentalmente as exportações de serviços ligados ao turismo”.
Quanto ao regresso da economia a níveis pré-pandémicos “a certeza é quase absoluta”, disse o governador do Banco de Cabo Verde quando questionado pela comunicação social.
No entanto, apesar do crescimento do PIB ser de 8% deverá registar-se uma perda de poder de compra por parte da população. Isto porque, como anunciou Óscar Santos, a inflação deverá rondar os 8,7% este ano “reflectindo os elevados preços das matérias primas energéticas e não energéticas e a sua transmissão aos preços internos, não obstante as perspectivas de um bom ano agrícola”.
Para 2023 o BCV prevê uma moderação no crescimento do PIB, que deverá ficar em 5% e uma redução da inflação para “patamares em torno dos 4,2% espelhando o pressuposto de decréscimo dos preços das matérias primas em consonância com a evolução dos preços dos futuros, com a procura global mais contida e o abrandamento das restrições na oferta e das pressões sobre os custos de produção”.
Quanto às taxas de juro, que os bancos centrais um pouco por todo o mundo têm vindo a subir, vão manter-se inalteradas. “O BCV está consciente do alargamento do diferencial das taxas de juro de referência face às da Zona Euro, resultante do processo acelerado de normalização da política monetária pelo Banco Central Europeu, e do seu potencial impacto nos fluxos de capital externos. Contudo, considerando as demais variáveis avaliadas, entende [o BCV] ser relevante manter, por ora, o pendor da política monetária”, esclareceu Óscar Santos.