O Banco de Cabo Verde (BCV) prevê que, este ano, o PIB cresça entre os 3,5% e os 4,5% anunciou, hoje, o governador do banco central, Óscar Santos.
Esta previsão, anunciou, reflecte "uma revisão em baixa do crescimento do PIB, como consequência da perda do poder de compra induzida pela subida da inflação e da revisão, em baixa, do crescimento das economias dos principais parceiros económicos do país".
Já a inflação, referiu Óscar Santos, deverá ter um crescimento de 7,3% este ano "reflectindo os elevados preços das matérias-primas energéticas e não energéticas e a sua transmissão aos preços internos".
O Relatório de Política Monetária (RPM) dá igualmente uma visão de políticas a serem seguidas pelo BCV nos próximos seis meses "de modo a informar o mercado e a ajudar a formular as expectativas dos agentes económicos".
Assim, aponta o RPM, "as actuais pressões inflacionistas resultam, em grande medida, de choques na oferta internacional e não propriamente do aumento exacerbado da procura interna, podendo uma eventual intervenção não surtir o efeito desejado; os estímulos monetários são ainda fundamentais para promover a concessão do crédito à economia e o stock de reservas internacionais líquidas do país continuará a garantir pelo menos cinco meses das importações de bens e serviços projetadas para 2022, não havendo por isso, pressões capazes de colocar em risco os objetivos de garantir a estabilidade de preços e a credibilidade do regime cambial de paridade fixo ao Euro".
As taxas de juro, lê-se ainda no documento, vão manter-se inalteradas "nomeadamente, as taxas das facilidades permanentes de cedência de liquidez, de absorção da liquidez, bem como a taxa directora e o coeficiente das disponibilidades mínimas de caixa nos níveis actuais".