Em comunicado, sobre o mais recente Relatório de Política Monetária, o governador do Banco de Cabo Verde (BCV), Óscar Santos, explicou que o crescimento do PIB estará, este ano, condicionado "pela desaceleração do crescimento mundial, pelos níveis ainda elevados da inflação, pelo aperto das condições de financiamento, bem como pela retirada gradual das medidas orçamentais implementadas para minimizar os efeitos dos elevados preços da energia e dos produtos alimentares de primeira necessidade".
Já para 2024 a previsão do banco central é que o PIB tenha um crescimento de 5,3% "à medida que os constrangimentos no abastecimento global se dissipem, os preços da energia reduzam proporcionando algum alívio de custos, especialmente para as indústrias de uso intensivo de energia, os rendimentos reais melhorem com a redução da inflação e a procura externa comtinue a se fortalecer", tudo isto condicionado por uma diminuição das tensões no mercado financeiro.
Recordando que em 2022 o crescimento do PIB alcançou níveis históricos (17,7%), o Governador do BCV acrescentou que também a inflação "aumentou significativamente alcançando os níveis mais elevados dos últimos vinte anos". De acordo com dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística a inflação situou-se nos "7,9% em 2022 em comparação com 1,9% em 2021", destacou Óscar Santos.
Projectando um futuro próximo, Óscar Santos referiu que, relativamente à inflação, se espera que haja um decréscimo dos 7,9% de 2022 para 4,9% em 2023 e 2,2% em 2024. "Para esta evolução concorrem a esperada redução dos preços" dos combustíveis "explicado pelos efeitos base descendentes e pela expectativa de queda dos preços das matérias primas energéticas nos próximos meses. A resolução gradual dos estrangulamentos da oferta e das pressões sobre os custos de produção e o aperto da política monetária e das condições de financiamento poderão, também, contribuir para a queda dos preços" nos próximos dois anos.