PIB aumentou 17,1% no 3º trimestre e governo prevê crescimento económico de 10 a 15% em 2022

PorSheilla Ribeiro*,7 jan 2023 9:14

O Produto Interno Bruto (PIB) registou, em termos homólogos, um aumento de 17,1 %, em volume no terceiro trimestre de 2022, segundo informou, na passada quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE). Na sequência, o ministro das Finanças avançou que as previsões apontam para o crescimento da economia entre 10 e 15%.

Segundo o INE, o aumento do PIB é explicado, em larga medida, pelo aumento do Consumo Privado e das Exportações.

Do lado da oferta, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preços de base, apresentou uma evolução homóloga positiva de 16,8%, destacando-se para o efeito as actividades de Alojamento e Restauração, Transporte e Comércio.

Conforme a mesma fonte indica, os impostos líquidos de subsídios apresentaram uma evolução homóloga de 19,4%.

Ainda no terceiro trimestre de 2022, o PIB registou uma variação homóloga positiva de 17,1%, em termos reais, taxa inferior em 0,6 pontos percentuais (p.p.) à verificada no segundo trimestre de 2022.

Por um lado, o Consumo Final teve uma variação homóloga positiva de 4,8% no terceiro trimestre de 2022 (25,7% no trimestre anterior), enquanto o Consumo Privado aumentou 13,0% em termos reais no período em análise (39,5% no trimestre anterior).

Já o Consumo Público apresentou uma taxa de variação homóloga negativa de 17,9%, em volume (-11,6% no trimestre anterior).

Os dados do INE mostram que o Investimento teve uma variação homóloga positiva de 16,0% em volume, no terceiro trimestre de 2022 (-26,5 no trimestre anterior).

Exportações e Importações aumentaram

As Exportações de Bens e Serviços, em volume, assinalaram no terceiro trimestre, uma variação homóloga de 108,5% (118,0% no trimestre anterior).

Por sua vez, as Importações de Bens e Serviços, também em termos homólogos, aumentaram 33,4% no mesmo período (28,7 no trimestre anterior).

No terceiro trimestre, o VAB a preços de base assinalou uma evolução homóloga positiva de 16,8% em termos reais, o que representa um aumento de 3,0 p.p. quando comparado com o trimestre precedente.

O VAB do ramo Agricultura diminuiu 14,3%, contribuindo negativamente em 0,7 p.p. na variação total do PIB.

Já o VAB do ramo das Indústrias Transformadoras registou um aumento de 6,1% (7,8% no 2º trimestre de 2022), contribuindo positivamente em 0,9 p.p. para a variação total do PIB.

No ramo Construção, o VAB apresentou uma queda de -2,7%, no 3º trimestre de 2022, e uma contribuição de 0,3 p.p. na variação total do PIB.

Comparativamente ao mesmo trimestre de 2022, segundo o INE, o VAB do ramo de Comércio registou em 2022, uma variação homóloga positiva de 38,0%, em volume (41,6% no trimestre anterior), traduzindo-se num contributo para a variação homóloga do PIB de 3,5 p.p.

O VAB dos ramos de Transporte, Alojamento e Restauração, apresentaram, em termos reais, uma variação positiva de 43,1% e 394,3%, respectivamente, no 3º trimestre (contribuindo positivamente em 4,0 p.p. e 6,0 p.p., respectivamente, para a variação total do PIB).

Entretanto, o VAB do ramo da Administração Pública, teve uma variação homóloga de 3,8% (0,6 % no 2o trimestre de 2022), contribuindo em 0,2 p.p. na variação total do PIB.

Por sua vez, os Impostos Líquidos de Subsídios sobre os Produtos, em termos reais, apresentaram um acréscimo homólogo de 19,4% no terceiro trimestre, contribuindo em 2,7 p.p. na variação total do PIB.

No acumulado dos três primeiros trimestres, o INE afirma que a variação do PIB teve especial destaque nas seguintes actividades: Alojamento e Restauração, Comércio, Transporte, Indústrias Transformadoras, e também, os Impostos líquidos dos subsídios sobre os produtos.

Previsões apontam para crescimento

Em conferência de imprensa, no passado dia 30, o ministro das Finanças, Olavo Correia, anunciou que com esses dados estima-se um crescimento da economia nacional acima dos 10% em 2022, considerando que isto se traduz no esforço e no trabalho de toda uma nação, incluindo os órgãos de soberania.

“As nossas últimas previsões apontam entre 10 e 15 %, eventualmente, o mais seguro é situar-se nos 12%, acho que é um bom tónico para os pessimistas para demonstrar que é possível colocar o país a crescer na proximidade dos 2 dígitos”, indicou.

Isso significa ainda, no entender do ministro das Finanças, prova da ambição do país, advertindo que é obrigação, enquanto líderes deste país, confiar, promover a confiança e irradiar a confiança.

“Não se trata de optimismo, mas sim, de confiança e temos razões para confiar, as nossas previsões são feitas por técnicos recrutados cabo-verdianos, e estamos orgulhosos disso, num trabalho feito com as instituições internacionais”, afirmou.

Por este motivo, para Olavo Correia, é “prematura” qualquer avaliação prévia antes das coisas acontecerem, pedindo que se faça a avaliação no final do ano, por considerar que os sinais são “altamente animadores”, apesar de se estar ainda perante o contexto actual de crise.

* com Inforpress

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1101 de 4 de Janeiro de 2023. 

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Autoria:Sheilla Ribeiro*,7 jan 2023 9:14

Editado porDulcina Mendes  em  29 set 2023 23:29

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