Olavo Correia falava aos jornalistas no final de um encontro na cidade da Praia com o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Bernardo Ivo Cruz, durante o qual o assunto foi tema de conversa.
O governante recusou a tese de que a venda do BCA pode ser lido como um desinteresse ou queda de interesse da CGD na banca cabo-verdiana.
“Repare que a Caixa Geral de Depósitos tem uma participação maioritária no Banco Interatlântico. Portanto, no fundo, estava em dois bancos em Cabo Verde, ou ainda está em dois bancos em Cabo Verde. Acho que é melhor que esteja apenas num banco, porque isso depois torna-se muito melhor para o mercado financeiro cabo-verdiano”, sustentou.
O também ministro das Finanças e do Fomento Empresarial salientou que é importante que a Caixa Geral de Depósitos se concentre no Banco Interatlântico e possa garantir as condições para o seu crescimento e o BCA ter um outro operador privado para continuar a modernizar o BCA.
“Eu penso que é do interesse do sistema que isso assim seja. E nós também, o Governo, demos o nosso aval por forma que a Caixa Geral de Depósitos se concentre em relação ao crescimento orgânico do Banco Interatlântico e se procure um outro parceiro, mas tem de ser um parceiro também credível, com know-how, com capital, com honorabilidade para poder liderar, digamos, todo o processo de transformação BCA, que é um banco fundamental para o sistema financeiro cabo-verdiano”, declarou
O processo está a ser conduzido por Portugal e pela Caixa Geral de Depósitos e da parte cabo-verdiana Olavo Correia indicou que o Governo tem sido mantido informado em relação a todas as fases do processo, adiantando que lá onde houver necessidade de alguma opinião as autoridades cabo-verdianas estarão a transmiti-las à parte portuguesa.
“Estou convencido que, pelo diálogo que nós temos tido, vamos conseguir aqui um bom entendimento, por forma que possamos encontrar aqui um excelente parceiro para continuar todo o processo de modernização do BCA, que é um dos principais bancos do sistema financeiro cabo-verdiano”, disse
“O futuro do sistema financeiro vai depender muito daquilo que vier a ser o futuro do BCA e, por isso, nós estamos muito interessados e, claro, acompanhamos com acuidade e com pormenor todo o processo que tem a ver com a venda das ações da Caixa Geral de Depósitos no BCA”, acrescentou, lembrando que o Banco de Cabo Verde (BCV) tem de autorizar qualquer operação que tenha a ver com a venda de uma participação qualificada no BCA.
A CGD controla 52,65% do BCA, detida pelo Banco Interatlântico, que soma à participação própria de 6,76%, totalizando qual detém 59,81% do capital colocados à venda.
Em Setembro a imprensa portuguesa noticiava que o Governo português, em Conselho de Ministros, tinha selecionado os investidores para participar na venda das participações sociais que a CGD detém no BCA, entre os quais
International Investment Bank ( iiB Bank).