Segundo um comunicado do Banco Central publicado no seu site no passado dia 19, a medida surge após reunião do Conselho de Administração realizada naquele dia.
“A recomendação do CPM reflecte uma avaliação detalhada dos recentes desenvolvimentos macroeconómicos, tanto no contexto interno quanto externo. A decisão de aumentar as taxas de juro foi tomada após análise da situação económica do país, o qual é dependente das importações, tendo em conta a necessidade de se garantir a estabilidade do regime do peg fixo ao euro, mormente, num contexto de liberalização das operações cambiais e das transações económicas e financeiras com o exterior”, escreveu o BCV.
O BCV refere ainda que no segundo trimestre de 2024, a actividade económica de Cabo Verde cresceu 8,5% em termos homólogos, enquanto as taxas de inflação média anual e homóloga recuaram em outubro, para 1,0% e 1,7%, respectivamente.
Contudo, explica, o país enfrenta desafios nas contas externas já que a balança financeira registou uma redução nos influxos líquidos de financiamento, reflectindo a queda no investimento directo estrangeiro e o aumento dos activos externos líquidos dos bancos. A
pesar de a balança corrente ter apresentado superavit, as entradas líquidas de fundos foram insuficientes para cobrir as necessidades de financiamento, resultando na perda de activos de reserva. O stock de reservas internacionais líquidas passou a garantir 5,6 meses de importações de bens e serviços para 2024.
Para enfrentar essas incertezas, o BCV anunciou ajustes nas taxas de juro, que entram em vigor a partir de 2 de Janeiro de 2025 como o aumento de 1,75% para 2,25% da taxa directora.
Também sofrem aumentos a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FPL) de 2,00% para 2,50%, bem como a facilidade Permanente de Absorção de Liquidez (FPA)de 1,20% para 1,70%.
Quanto a Taxa de Redesconto, sofre um aumento de 2,75% para 3,25% e a Manutenção do Coeficiente de Reservas Mínimas de Caixa 10%.
O BCV reforçou o compromisso de acompanhar de perto a evolução dos indicadores económicos e financeiros, com especial atenção às reservas cambiais.
A próxima reunião do CPM está agendada para 25 de fevereiro de 2025, quando serão avaliados os impactos destas decisões e as perspetivas económicas futuras.