BCV aumenta taxas de juro

PorAndre Amaral,10 mai 2024 11:12

Banco de Cabo Verde anunciou, hoje, no Relatório de Política Monetária, o aumento de todas as taxas de juro.

Tal como já tinha acontecido no ano passado, o Banco de Cabo Verde (BCV) anunciou, uma vez mais, o aumento das taxas de juro. Uma decisão que, na altura, o banco central justificou com a necessidade de "alinhar as taxas nacionais com as da Área do Euro, seguindo a actuação do Banco Central Europeu, que elevou as suas taxas de juro de referência, como medida adoptada para combater as pressões inflacionistas".

"A partir de Julho de 2022, período em o que o BCE deu início à subida das taxas de juro de forma agressiva para combater as elevadas pressões inflacionistas, observou-se um alargamento contínuo do diferencial entre as taxas de juro de referência da autoridade monetária europeia e as do BCV. Entretanto, a tendência estabilizou-se a partir de Outubro de 2023, após a pausa por parte do BCE, num ano em que o BCV efectuou duas subidas, visando a redução do referido diferencial", acrescenta o BCV.

No relatório lê-se ainda que a "actuação da autoridade monetária nacional em 2023, conjugada com o facto de o BCE ter decidido efectuar uma pausa nos movimentos de subida das taxas de juro, num contexto em que a inflação começou a dar sinais de desaceleração, contribuiu para conter o alargamento do diferencial, que, ainda assim, continua em níveis elevados".

Dessa forma, o BCV decidiu aumentar a "taxa de juro directora em 25 pontos base, de 1,25 para 1,50 por cento; Aumentar a taxa de juro das Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez em 25 pontos base, de 1,50 para 1,75 por cento; Aumentar a taxa de juro das Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez em 25 pontos base, de 0,70 para 0,95 por cento; Aumentar a taxa de juro de Redesconto em 25 pontos base, de 2,50 para 2,75 por cento, destinando-se a operações de carácter excepcional, para fazer face às necessidades de liquidez por parte da banca. E, manutenção do coeficiente das Reservas Mínimas de Caixa (DMC) nos actuais 10 por cento, visando a manutenção da estabilidade do sistema financeiro nacional face às condições actuais do mercado e aos desafios que se colocam à actividade bancária".

O BCV anunciou igualmente que prevê que a inflação  baixe "para 1,2% em 2024 e 1% em 2025, favorecida pela expectativa de queda dos preços das matérias-primas energéticas e não energéticas no mercado internacional, pela atenuação dos constrangimentos no abastecimento e das pressões decorrentes dos custos dos factores de produção, bem como, por algum impacto do pendor restritivo da política monetária".

Quanto ao crescimento do PIB este deverá manter-se estável "em 5 por cento em 2024, e aumentar para 5,4 por cento em 2025", anunciou o BCV. 

"Em comparação com as projecções de Outubro de 2023, o crescimento real do PIB para 2024 foi revisto em alta em 0,3 pontos percentuais, reflectindo a revisão em baixa dos preços medido pelo deflator do PIB e a incorporação de dados mais recentes das contas nacionais, e para 2025 mantém-se inalterado", conclui o banco central.

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Autoria:Andre Amaral,10 mai 2024 11:12

Editado porSara Almeida  em  20 nov 2024 23:25

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