O problema não é recente, mas basta passar os olhos pela imprensa dos últimos três meses e descobre-se a principal dificuldade com que se debate o país: os transportes marítimos. As queixas sucedem-se e cruzam-se – dos passageiros, do governo, da concessionária – e as soluções tardam. Ainda no fim-de-semana da Páscoa, foi impossível escoar os produtos que eram necessários nas quase superlotadas ilhas turísticas.
Também em destaque a entrevista com a deputada Mircéa Delgado.
A percepção de que a língua portuguesa está a atravessar um processo de degradação contínuo motivou Mircéa Delgado a entregar em Dezembro do ano passado um Projecto Lei que classifica a língua portuguesa como património cultural imaterial de Cabo Verde. A iniciativa legislativa vai ser debatida agora na sessão plenária que inicia esta quarta-feira. A deputada do MpD eleita pelo círculo eleitoral de São Vicente diz contar com o apoio da sua bancada parlamentar, a bancada do PAICV também já emitiu sinais de apoio e da UCID afirma que recebeu um dos primeiros apoios espontâneos ao Projecto. Entretanto, a jovem deputada deixa claro que não haverá consequências pessoais se a iniciativa não for aprovada. “Assim como não haverá consequências pessoais se for aprovada. Cabo Verde, sim, ganhará muito com a aprovação deste projecto de lei”, enfatiza.
Na primeira página desta semana trazemos mais uma entrevista, desta feita com o representante da OMS em Cabo Verde, Daniel Kertesz.
A 7 de Abril de 1948 era criada, no seio das Nações Unidas, uma agência dedicada a melhorar a saúde das populações: a Organização Mundial de Saúde (OMS). 75 anos depois, os ganhos são muitos, mas persistem desafios e a mesma prioridade de alcançar uma cobertura universal de saúde, de qualidade. A efeméride – que é também o dia em que se celebra o Dia Mundial da Saúde – foi pretexto para uma conversa com o representante da agência em Cabo Verde, Daniel Kertesz, que nos fala do trabalho da OMS, das prioridades para o país e dos projectos em curso. A prevenção das doenças não transmissíveis e a melhoria das capacidades laboratoriais do país estão entre as prioridades. Prioridade também para o reforço dos recursos humanos, “pedra angular do sistema de saúde”. Na verdade, um forte apelo feito em Cabo Verde e a nível mundial é que neste momento em que a crise pandémica passou e outras confluem hoje, o investimento para a saúde não seja esquecido. Pelo bem da saúde. Pelo bem de todos.
Atenção igualmente à eleição para os cargos exteriores à Assembleia Nacional com os principais partidos a anunciarem que chegaram a um consenso para as escolhas.
A primeira sessão plenária do mês que decorre de hoje, 12, a 14, tem na agenda a eleição de Titulares de Cargos Exteriores à Assembleia Nacional dos órgãos de Justiça, após em Outubro de 2022 alguns nomes propostos terem sido chumbados. Os grupos parlamentares do PAICV e MpD anunciaram esta terça-feira que já existem consensos.
Outro tema em destaque na primeira página do Expresso das Ilhas é dado ao ambiente.
Um incêndio florestal descontrolado pode destruir tudo em seu caminho, espalhando-se por grandes distâncias. Em Cabo Verde houve um aumento desses incêndios nos últimos anos, sobretudo em Santo Antão, que chegaram a destruir 200 hectares do perímetro florestal no Planalto Leste. Nesta reportagem, o Expresso das Ilhas fala sobre as consequências dos incêndios florestais e o quanto têm preocupado as organizações de defesa da natureza que defendem a educação ambiental da população.
A ler, na opinião, o texto de Lígia Fonseca ‘Primeira Dama da República, uma função sem Estatuto’ e de Dulce Lush com ‘Línguas próprias de Cabo Verde’