Segundo o dn.pt, é mais um passo para uma das antevisões mais famosas de Elon Musk, o icónico líder da Tesla, da SpaceX e da NeuraLink (empresa que anunciou recentemente um protótipo que poderá permitir a tornar, de certa forma, o cérebro num computador). Musk acredita que o ser humano será em breve uma espécie de ciborgue com capacidades aumentadas graças à tecnologia.
Um grupo de especialistas em materiais flexíveis da Universidade da Califórnia em San Diego e do Instituto de Tecnologia de Harbin, na China, colaboraram para tornar as lentes de contacto interativas uma realidade.
O trabalho que o grupo está a fazer parece tirado de um filme de ficção científica. As lentes de contacto que estão a ser desenvolvidas são discretas, mas usam tecnologia de topo para proporcionar uma visão melhorada (ao estilo realidade aumentada) podendo mesmo tirar fotos e gravar vídeos. As lentes de contacto são controladas por movimentos básicos dos olhos, permitindo ao utilizador aumentar o zoom quando piscar duas vezes, por exemplo.
Tudo isto é possível pela medição dos chamados sinais eletrooculográficos gerados quando o olho faz certos movimentos, como piscar, piscar duas vezes, subir, descer, virar para o lado esquerdo ou direito. Foi, assim, criada uma lente macia que responde a esses sinais. A eletrooculografia é normalmente usada para avaliar a função óptica e dar diagnósticos, mas também tem sido utilizada como uma espécie de porta de entrada para a interface cérebro-computador.
Segundo os investigadores, estas lentes de contacto podem fazer a diferença como uma espécie de próteses visuais, mas também ajudar a operar robôs remotamente ou para uma espécie de óculos ajustáveis.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 926 de 28 de Agosto de 2019.