A posição consta do comunicado final da 52.ª conferência de líderes da organização, que teve hoje lugar na Nigéria, na qual foi debatida a situação política na Guiné-Bissau, marcada por um impasse que já dura há mais de dois anos.
No comunicado lido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Togo, Robert Dussey, e cujas declarações a Lusa teve acesso, os líderes da CEDEAO determinaram dar 30 dias aos políticos guineenses para que cheguem a um entendimento.
Os líderes da organização sub-regional africana deram aquele prazo para que se possa aplicar um roteiro proposto pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, visando a aplicação integral do Acordo de Conacri, nomeadamente a nomeação de um primeiro-ministro de consenso, diz o comunicado.
O Acordo de Conacri é um instrumento proposto pela CEDEAO, em Outubro de 2016, para acabar com a crise política na Guiné-Bissau, mas a sua aplicação tem sido objecto de controvérsia entre os líderes guineenses.
"Para permitir a aplicação consensual do roteiro proposto (por José Mário Vaz), a conferência incumbiu ao Presidente Alpha Conde, da Guiné-Conacri, e Faure Gnassinbé, do Togo, de encetarem consultas com todas as partes, num prazo de 30 dias, findo os quais as sanções coletivas e individuais serão aplicadas às entidades que colocam entraves na aplicação do Acordo de Conacri", frisaram os líderes da CEDEAO.
Constataram ainda que, pese embora as recomendações da última conferência da organização realizada na Libéria, no passado mês de Junho, não houve avanços na aplicação do Acordo de Conacri.
A CEDEAO apela às organizações internacionais, nomeadamente a ONU e a União Africana, para que a acompanhem na aplicação das sanções a serem impostas aos incumpridores.