Na sua conferência de imprensa semanal, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Bahram Qasemi, aconselhou Washington a reconsiderar qualquer política intervencionista no Médio Oriente e respectivas consequências.
"Que os Estados Unidos empreendam acções hostis contra os países da região não é nada de novo, mas não pode intervir", disse Qasemi, classificando uma acção unilateral desse tipo como "uma espécie de invasão".
O porta-voz sublinhou que "as nações da região demonstraram que não aceitarão a presença estrangeira".
Defendeu também o papel do Irão na Síria, onde tem conselheiros militares e milicianos, alegando que o Governo do Presidente Bashar al-Assad solicitou essa ajuda.
Há dois dias, os Estados Unidos propuseram na ONU uma resolução para um cessar-fogo em Damasco e Ghouta Oriental, bastião da oposição, e avisaram que, se a comunidade internacional não agir, poderão fazê-lo sozinhos e usando a força.
"Não é a via que preferimos, mas é um caminho que temos demonstrado que podemos tomar e estamos prontos para fazê-lo outra vez", afirmou a embaixadora norte-americana, Nikki Haley, num discurso proferido perante o Conselho de Segurança da ONU.
Embora não tenha precisado o que poderá desencadear essa ação, nem indicado medidas concretas, a diplomata sugeriu que elas poderão passar por ações militares, recordando o bombardeamento que os Estados Unidos efetuaram contra uma base síria a partir da qual alegadamente se realizou um ataque com armas químicas no ano passado.
Haley acusou ainda o regime sírio e os seus aliados -- Rússia e Irão -- de utilizarem como desculpa para "continuarem a sua guerra" uma resolução de cessar-fogo na Ghouta Oriental aprovada em Fevereiro, que autorizava as operações contra grupos terroristas, apesar da suspensão das hostilidades.