De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, Recep Tayyip Erdogan vai receber Vladimir Putin em Ancara na terça-feira, no mesmo dia em que será inaugurada a primeira central nuclear turca, construída pela Rússia em Akkuyu, na costa do Mediterrâneo.
Nesse dia, Erdogan e Putin presidem às reuniões sobre a cooperação entre os dois países, e no dia seguinte o Presidente do Irão, Hassan Rouhani, junta-se aos dois líderes em Ancara para debater os desenvolvimentos na Síria.
De acordo com a Bloomberg, que cita uma nota enviada pelo gabinete de Erdogan, o Presidente turco vai manter reuniões bilaterais com cada um dos líderes.
A visita de Putin será a primeira saída do líder russo desde que rebentou o caso Skripal, que originou a maior movimentação diplomática da história, envolvendo cerca de 300 diplomatas e funcionários de embaixadas.
Estas reuniões acontecem poucos dias depois de o Presidente norte-americano ter declarado, na quinta-feira, sem dar mais detalhes, que os Estados Unidos vão sair da Síria "muito em breve".
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, agradeceu no dia seguinte ao Presidente dos Estados Unidos a intenção de retirar "muito em breve" as tropas norte-americanas da Síria, uma decisão que classificou como correta.
Binali Yildirim expressou o agradecimento através de vários meios de comunicação social turcos que o acompanhavam no voo de regresso à Turquia depois de uma visita oficial à Bósnia.
"Chegam-nos diferentes declarações, mas damos por vinculativo o que diz o Presidente dos Estados Unidos. Felicitamo-lo pela retirada, tomou a decisão correta", afirmou o chefe do Governo turco.
De acordo com o jornal norte-americano Wall Street Journal, a Casa Branca ordenou ao Departamento de Estado que congele fundos da ordem de 200 milhões de dólares que estariam destinados a "esforços de recuperação" na Síria.
Segundo o WSJ, citado pela Associated Press, Trump solicitou o congelamento dos fundos, após ler notícias garantindo que os EUA haviam comprometido dinheiro para os esforços de recuperação da Síria.
Donald Trump revelou na sexta-feira que as forças militares americanas deixarão a Síria "muito em breve", dizendo que chegou a hora de "outros tomarem conta do problema".
"Sairemos da Síria muito em breve. (...) Estamos lá por uma razão: encontrar o Estado Islâmico, acabar com o Estado Islâmico e voltarmos para casa", disse Trump durante um discurso em Ohio.
Trump não esclareceu quem serão "os outros" que tomarão conta do problema da Síria, onde a Rússia e o Irão mantêm forças de apoio ao Governo de Bashar al-Assad.
Os Estados Unidos têm mais de dois mil militares no leste da Síria, que colaboram com milícias locais no combate ao Estado Islâmico, evitando envolver-se directamente na guerra civil que assola o país.