"As sanções foram encomendadas daqui, nós soubemos isso, e uma leitura, ainda que ligeira, do comunicado da ANP (Assembleia Nacional Popular) de ontem é mais uma prova de que a lista nominal foi feita cá", afirmou Vítor Pereira.
A ANP emitiu na quarta-feira um comunicado no qual apela ao cumprimento do Acordo de Conacri para o parlamento se reuniu e eleger a direcção da Comissão Nacional de Eleições, fundamental para organizar as legislativas previstas para este.
Questionado pelos jornalistas sobre quem encomendou as sanções, o porta-voz do PRS respondeu: "O PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde)".
"Neste aspecto, a CEDEAO foi manipulada. Quando lá fomos falar com CEDEAO nem sabiam quem eram as pessoas. E eram 20 nomes, não eram seis, eram 20 nomes do PRS. Não sabiam quem era quem. As pessoas até hoje não foram notificadas sobre as sanções", salientou.
A CEDEAO impôs sanções a 19 individualidade guineenses, entre as quais vários dirigentes do PRS, alegando que estão a criar obstáculos à implementação do Acordo de Conacri.
O Acordo de Conacri, é um instrumento patrocinado pela CEDEAO, para pôr fim à crise política no país que dura há mais de dois anos.
Questionado sobre o que o Estado guineense está a fazer em relação à imposição de sanções, Vítor Pereira disse que se estão a dar "passos serenos para dar conta do recado".
"De uma forma serena, estamos a pôr em cima da mesa, nos lugares onde se deve pôr aquilo que são as nossas razões. Estamos a contactar pessoas e a dar passos. Aliás, devem ter notado que isto não foi mais longe", afirmou, salientando que a União Africana vai reunir extraordinariamente por causa das sanções.
Para Vítor Pereira, as sanções não "têm pés nem cabeça", recordando que na Carta da CEDEAO não são as pessoas, mas os países que devem ser sancionados.