"Nós sempre tivemos convencidos que o bom senso deve prevalecer. A nossa vocação é reforçar as instâncias da soberania, o Estado de Direito democrático. Portanto é verdadeiramente triste quando é preciso uma mediação estrangeira para nos dizer que é preciso cumprir com as nossas leis internas. Vamos de espírito aberto para tentar encontrar uma solução que desbloqueie a situação do país", afirmou Domingos Simões Pereira.
O presidente do PAIGC falava aos jornalistas no aeroporto de Bissau, momentos antes de partir para Lomé, no Togo, onde vai participar no sábado na cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a Guiné-Bissau.
"Estamos perante uma situação para a qual nós todos enquanto actores somos convidados a encontrar uma solução, o país tem de sair desta situação, vamos a Lomé preparados para analisar as opções, avaliar as alternativas, para contribuir para o desbloquear a situação política", disse aos jornalistas.
Sobre o Acordo de Conacri, Domingos Simões Pereira disse que o PAIGC vai continuar a exigir o seu cumprimento.
O Acordo de Conacri é um instrumento patrocinado pela CEDEAO e assinado pelos partidos com representação parlamentar, mais os 15 deputados dissidentes do PAIGC e o presidente do parlamento, que prevê a nomeação de um primeiro-ministro de consenso, entre outros pontos, criado para ultrapassar a crise política que a Guiné-Bissau vive há quase três anos.
A CEDEAO considera que o acordo ainda não foi cumprido e em Fevereiro sancionou 19 guineenses, entre os quais vários dirigentes do PRS, do grupo dos deputados dissidentes do PAIGC e o filho do chefe de Estado guineense.
No sábado, em Lomé, vai decorrer uma cimeira extraordinária da CEDEAO para tentar encontrar uma solução para o impasse.