AP&O, concessionária que fazem a travessia entre portos britânicos e franceses, vai passar a operar com bandeira cipriota, garantindo que fica sob a legislação europeia.
"Por razões operacionais e contabilísticas, concluímos que o melhor curso de acção é registar de novo os navios para navegarem todos sob a bandeira de Chipre", referiu hoje a empresa fundada em 1837.
Também o grupo japonês Sony indicou que vai transferir a sede europeia de Londres para Amsterdão, garantindo que não sofre "perturbação quando o Reino Unido sair da UE".
Outras empresas, como as redes de lojas de equipamentos electrónicos Dixons Carphone e de produtos para animais de estimação Pets at Home vão começar a intensificar o armazenamento de material para evitar potenciais perturbações na circulação de mercadorias importadas da UE, noticiou o diário The Guardian.
Entretanto, a fabricante de aspiradores britânica Dyson, cujo fundador, o inventor britânico James Dyson, é um proeminente defensor do 'Brexit', revelou na terça-feira a transferência da sede para Singapura.
A decisão foi justificada como uma consequência da "crescente importância da Ásia" nos negócios da empresa, conhecida pelos aspiradores, secadores de mãos e ventiladores.
O director-executivo do grupo, Jim Rowan, garantiu, contudo, que a transferência da sede "não tem nada a ver com o 'Brexit'", a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) marcada para o final de Março, pois esta não terá "qualquer impacto" na actividade do grupo.
A Dyson já estava a desenvolver um carro eléctrico naquele estado-cidade do sudoeste asiático, mas o anúncio foi inesperado porque a maioria da força de trabalho e estrutura está no Reino Unido, onde emprega cerca de 5.000 pessoas.
Hoje, a Confederação da Indústria Britânica (CBI) divulgou que o indicador trimestral de confiança da indústria caiu para -23, o nível mais baixo desde Julho de 2016.
A directora-geral da entidade patronal, Carolyn Fairbarn, "alertou para a necessidade de o parlamento evitar "danos irreversíveis e restaurar a confiança dos empresários", bloqueando uma saída sem acordo.
O parlamento votou na semana passada contra o Acordo de Saída do Reino Unido da UE negociado pelo governo com Bruxelas, agravando o risco de o país sair sem um acordo a 29 de Março, data prevista para o 'Brexit'.
O documento garante um período de transição que mantém o país no mercado único europeu até ao final de Dezembro de 2020, ajudando as empresas a ajustar-se às condições de um novo acordo que será negociado entre as partes.