"Um discurso forte e corajoso de uma primeira-ministra movida por dever. Devemos estar agradecidos pelos seus esforços incansáveis em nome do país", afirmou num comunicado.
Cameron mostrou solidariedade com o sentimento "doloroso" de admitir a necessidade de deixar o lugar a um novo líder, como fez em 2016, após o referendo de 2016 que ditou o 'Brexit'.
Theresa May anunciou hoje que vai demitir-se da liderança do partido Conservador, desencadeando uma eleição interna cujo vencedor vai assumir a chefia do governo.
No seu discurso, alertou para a necessidade de o sucessor "encontrar consenso no parlamento" onde o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) negociado pelo governo foi chumbado por três vezes.
David Cameron entende que "ela tomou a decisão certa", acrescentando: "Espero que o espírito de compromisso continue".
O eurodeputado eurocético Nigel Farage discorda, e diz que May, "politicamente, avaliou mal o ambiente do país e do seu partido", defendendo a eleição de um 'Brexiter' para a liderança dos 'tories'.
"Dois líderes conservadores que se foram embora cujos instintos eram pró-UE. Ou o partido aprende esta lição ou morre", avisou.
Outro crítico de May, o deputado conservador eurocético Jacob Rees-Mogg, que hoje celebra o seu 50.º aniversário, elogiou o sentido de dever de May e a dignidade na demissão.
Na opinião este apoiante de Boris Johnson para o lugar agora vago, os "conservadores devem agora seguir em frente e concretizar o 'Brexit'.
A demissão de Theresa May da liderança do partido Conservador será formalizada na sexta-feira 07 de Junho para que a eleição comece na semana seguinte.
Enquanto primeira-ministra, mantém-se em funções até que esteja em posição de dizer à rainha Isabel II quem esta deve nomear como sucessor, o qual, enquanto líder do partido do governo, torna-se também primeiro-ministro sem a necessidade de eleições legislativas.