Representante da Renamo na CNE contesta validade dos resultados eleitorais em Moçambique

PorExpresso das Ilhas, Lusa,28 out 2019 8:13

​O membro da Comissão Nacional de Eleições (CNE) pela Renamo, Fernando Mazanga, considerou que os resultados divulgados domingo pelo órgão, dando vitória à Frelimo, foram "desenhados", considerando que houve enchimento de votos a favor do partido no poder.

"Isto é o resultado de uma cadeia desenhada", disse Fernando Mazanga, um dos vogais da CNE indicados pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força de oposição, momentos após o anúncio de resultados das eleições de 15 de Outubro em Moçambique.

Para Fernando Mazanga, antes mesmo do dia da votação, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) recolheu cartões para facilitar uma alegada fraude, sob a inércia dos órgãos eleitorais.

"A recolha de cartões que foi denunciada visava criar espaço para o enchimento das urnas [a favor do partido no poder]. Por exemplo, imaginem um caderno [eleitoral] com 800 eleitores. Se todos fossem votar não haveria espaço para o enchimento, mas não foi o que aconteceu", disse Fernando Mazanga,

O antigo porta-voz do principal partido de oposição explica que a viciação do processo teve início ainda no recenseamento eleitoral, que "não obedeceu o critério do princípio de tratamento igual".

"O recenseamento eleitoral foi discriminatório e todos os actos que foram sendo denunciados a CNE furtou-se à sua responsabilidade e ficou estática na cidade de Maputo, alegadamente porque não havia dinheiro. Então porque que foram convocadas eleições?",questionou Mazanga.

Filipe Nyusi, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato, com 73% dos votos, anunciou hoje a Comissão Nacional de Eleições, na divulgação dos resultados oficiais da votação de 15 de Outubro.

Em segundo lugar ficou Ossufo Momade, candidato da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, com 21,88%, e em terceiro Daviz Simango, líder da Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 4,38%.

Mário Albino, candidato pela Acção de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), obteve 0,73%.

No parlamento, a Frelimo reforça a maioria e vai passar a ter mais de dois terços dos lugares, cabendo-lhe 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, restando 60 (24%) para a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e seis assentos (2,4%) para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM),

Os resultados não foram aceites pelos partidos da oposição no parlamento, Renamo e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), alegando fraude generalizada.

Ambas as forças políticas anunciaram através dos seus órgãos, já há vários dias, repúdio pela forma como decorreu o processo eleitoral e os seus representantes na CNE, bem como alguns membros da sociedade civil, votaram contra o apuramento final.

Os resultados foram aprovados com nove votos a favor e oito contra na reunião de sexta-feira da CNE.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,28 out 2019 8:13

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  14 jul 2020 23:21

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