"Desde que a proposta, os meios e a abordagem a implementar sejam sérias e credíveis, aceitamos negociar soluções sustentáveis para o país e as condições dessas negociações não implicarem o cancelamento de eventuais contactos que iniciaremos com a outra parte, também interessada no nosso apoio", refere numa carta Nuno Nabian.
Nuno Nabian também foi candidato às eleições presidenciais, apoiado pela APU-PDGB e pelo Partido de Renovação Social (PRS), terceira força no parlamento, mas falhou a segunda volta, tendo obtido apenas 13,6% dos votos dos guineenses.
Na segunda-feira, Domingos Simões Pereira, candidato apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pediu apoio à APU-PDGB para a segunda volta das presidenciais.
A APU-PDGB assinou em Março um acordo de incidência parlamentar com o PAIGC para viabilizar a formação do atual Governo.
Nuno Nabian denunciou aquele entendimento, mas três dos cinco deputados eleitos pelo seu partido mantiveram o acordo e viabilizaram a aprovação do programa do Governo no parlamento.
"Tentamos essa aliança, em Março último, entre a APU-PDGB e o PAIGC, e na verdade não deu certo. Pode parecer paradoxal, depois de todos os esforços para a neutralização da APU-PDGB e do seu candidato, temos sobrevivido e continuado interessados na busca dessa tão almejada estabilidade nacional”, afirma Nuno Nabian.
E acrescentou: “Em momentos frustrantes como estes, a nossa terra precisa de líderes políticos capazes de estabelecer pontes e evitar pretensões de tudo ganhar".
Os candidatos Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló vão disputar a segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau, marcada para 29 de Dezembro.
Domingos Simões Pereira, apoiado pelo PAIGC, foi o candidato que obteve maior percentagem de votos, 40,13%, não conseguindo mais de metade para vencer à primeira volta.