Falando em nome do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que suportou a candidatura de Domingos Simões Pereira, o advogado esclareceu que não se está a pedir a anulação das eleições "como dizem os outros", mas " a descoberta da verdade eleitoral".
Por discordar com os resultados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que dão Umaro Sissoco Embaló como o vencedor da segunda volta das presidenciais guineense, o colectivo de advogados que representam o PAIGC interpôs um recurso ao plenário do Supremo Tribunal de Justiça, que na Guiné-Bissau tem também as competências de tribunal eleitoral.
Carlos Pinto Pereira frisou que a candidatura de Simões Pereira não podia reclamar nas mesas de assembleia de votos, na Comissão Regional de Eleições ou na CNE, conforme manda a lei eleitoral, porque, disse, "as anomalias só foram detectadas depois".
"Tivemos informações, que conseguimos provar ao tribunal, que cerca de 110 mil votos foram manipulados. Alguém violou o sistema informático da CNE", observou Carlos Pinto Pereira, que, em resposta à Lusa, esclareceu que há suspeitas em como aqueles votos teriam sido subtraídos a Domingos Simões Pereira.
Para o advogado só uma peritagem poderá esclarecer as suspeitas de intrusão no sistema de dados da CNE e a recontagem de votos dissipar dúvidas sobre os números angariados nas urnas pelos dois candidatos à segunda volta de 29 de Dezembro.
"A peritagem é uma coisa que se pode fazer em 24 horas e a recontagem de votos à frente de toda gente", sublinhou Carlos Pinto Pereira, para quem os resultados eleitorais foram alterados, com base na alegada manipulação ao banco de dados da CNE.
O Supremo Tribunal de Justiça deverá pronunciar a sua decisão sexta-feira, à luz dos prazos legais, e Carlos Pinto Pereira garantiu que a candidatura de Simões Pereira aceitará qualquer veredicto.