Boris vence com maioria, Corbyn prepara demissão

PorExpresso das Ilhas, Lusa,13 dez 2019 7:24

Esta foi a terceira vez em menos de cinco anos que os eleitores britânicos foram chamados a votar e Boris Johnson arrisca ficar na História com a maioria absoluta mais forte desde Margaret Thatcher.

Foram cerca de 46 milhões de britânicos chamados a votar até às 22h numas legislativas antecipadas convocadas pelo governo para tentar desbloquear o impasse criado no parlamento sobre o processo de saída do país da União Europeia (UE).

E o Partido Conservador, liderado por Boris Johnson é oficialmente vencedor após garantir maioria absoluta. Para obter uma maioria absoluta, um partido precisa de vencer em 326 das 650 circunscrições eleitorais, mas, apuradas 613 circunscrições, o partido conquistou 337. Liderado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, o partido conquistou até agora mais 43 assentos na Câmara dos Comuns do que nas eleições de 2017.

Com a vitória do Partido Conservador nas eleições do Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson tentará cumprir a promessa de efectivar a saída da União Europeia (UE).

Hoje, já no rescaldo da noite eleitoral, o líder do partido trabalhista, Jeremy Corbyn, admitiu hoje que a derrota nas eleições legislativas britânicas de quinta-feira é "muito decepcionante" e anunciou que pretende renunciar às funções.

"Quero tornar claro que não vou liderar o partido em nenhumas futuras eleições. Vou discutir com o partido para garantir que existe um processo de reflexão sobre este resultado e sobre as políticas que vai manter no futuro. E vou liderar o partido durante esse período", declarou hoje em Islington, após ser anunciado o resultado da sua circunscrição, onde foi eleito com 34.603 votos.

Segundo as projeções, o Partido Conservador ganhou as eleições legislativas com uma maioria absoluta, conquistando muitas regiões historicamente fiéis ao 'Labour'.

"Esta é obviamente uma noite muito dececionante para o Partido Trabalhista, com o resultado que temos. Mas quero dizer que, na campanha eleitoral, apresentámos um programa de esperança, um programa de unidade e um programa que ajudaria a corrigir os erros, as injustiças e as desigualdades existentes neste país", disse.

No entanto, acrescentou, "o 'Brexit' tornou-se num debate tão dividido e polarizado que substituiu muito de um debate político normal. E reconheço que isso contribuiu para os resultados que o Partido Trabalhista registou esta noite em todo o país".

Agora com a vitória de Johnson assegurada e com maioria parlamentar, são estas as principais datas para os próximos passos do longo e tortuoso processo do 'Brexit', que começou com o referendo de 2016.

- 13 de Dezembro: Novo Governo conservador

Se as previsões de resultados se confirmarem, com o partido Conservador a sair vitorioso com uma maioria absoluta, Boris Johnson irá directo ao Palácio de Buckingham para ser renomeado como primeiro-ministro pela rainha Isabel II.

- 17 de Dezembro: Nova sessão no Parlamento

Os membros recém-eleitos da Câmara dos Comuns votam para escolher o seu 'speaker'. Com toda a probabilidade, os deputados devem reconduzir Lindsay Hoyle no cargo, após este deputado conservador ter sido escolhido para suceder a John Bercow, no final desta legislatura.

Os 650 deputados serão empossados.

- 19 de Dezembro: O discurso da rainha

Boris Johnson deve aproveitar o discurso da rainha para anunciar o seu calendário legislativo.

Como dita a tradição, Isabel II elencará a lista de documentos legislativos que o Governo espera implementar, durante uma cerimónia diante da câmara alta do Parlamento britânico, a Câmara dos Lordes.

Como o discurso anterior da rainha remonta a Outubro e devido à proximidade do Natal, foi programado um programa mais leve, sem as insígnias reais ou a cavalaria.

- 31 de Janeiro de 2020: 'Brexit'

O Reino Unido deve deixar a União Europeia em 31 de Janeiro, data já adiada três vezes desde o referendo de 2016.

Se Boris Johnson obtiver a maioria absoluta, como indicam as projecções, procurará que o Parlamento adopte o acordo de divórcio que negociou com a União Europeia, para garantir uma saída tranquila.

- 01 de Julho de 2020: Prazo para prorrogar o período de transição

Após a saída da UE, o Reino Unido entrará numa fase de transição, em que as suas relações com a comunidade permanecerão inalteradas, até 31 de Dezembro de 2020.

Esse período deve permitir que as duas partes estabeleçam um novo acordo de relacionamento nas áreas do comércio e da segurança. O Reino Unido também pode querer estender esse período por um ou dois anos, mas deve informar a UE dessa intenção antes de 01 de julho.

- 31 de Dezembro de 2020: Fim do período de transição

Esta data marcará o fim dos laços entre a União Europeia e o Reino Unido, que funcionaram durante 47 anos. Sem um novo acordo ou prorrogação do período de transição, sectores como os do comércio e transportes, entre outros, correm o risco de sofrer grandes perturbações.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,13 dez 2019 7:24

Editado porAndre Amaral  em  2 set 2020 23:21

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