Conforme o mais recente relatório da RSF, o jornalismo continua a ser uma profissão perigosa, mas o número de jornalistas que perdeu a vida no último ano é o mais baixo desde há 16 anos. Ao longo das duas últimas décadas, a média anual de jornalistas mortos fixou-se nas oito dezenas.
"A cobertura de conflitos na Síria, Iémen e Afeganistão foi duas vezes menos mortal para jornalistas em 2019 - com um total combinado de 17 jornalistas mortos nesses três países, em comparação com 34 em 2018", lê-se no relatório.
"Essa queda sem precedentes não deve, no entanto, ofuscar o facto de que o número de jornalistas mortos em países em paz continua a ser tão alto como em anos anteriores", ressalva.
No México, dez jornalistas perderam a vida nos últimos 12 meses. Aliás, com um total de 14 jornalistas mortos, a América Latina revelou-se em 2019 tão perigosa para os jornalistas quanto o Médio Oriente.
"A fronteira entre países em guerra e países em paz está a desaparecer para os jornalistas", comentou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.
Detenções arbitrárias
Em sentido contrário ao total de jornalistas assassinados, o relatório revela um novo aumento de profissionais detidos de forma arbitrária. Actualmente, 389 jornalistas estão presos como consequência directa do seu trabalho, mais 12% do que em 2018. Quase metade das detenções verificou-se em três países: China, Egipto e Arábia Saudita.
O resumo anual de tratamento abusivo e violência mortal contra jornalistas é publicado anualmente pela RSF, desde 1995. São considerados casos em que se prova que a violência foi exercida na sequência do trabalhos destes profissionais.