Para Guterres, “o vírus não conhece fronteiras e é um desafio global por excelência”, por isso, o mundo tem de trabalhar em conjunto, como uma família humana, para combatê-lo. Guterres afirma que a comunidade internacional deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para salvar vidas e aliviar a crise econômica e social, mas também aprender algumas lições sobre “as vulnerabilidades e desigualdades que o vírus revelou e mobilizar investimentos em educação, sistemas de saúde, proteção social e resiliência.”
Para o chefe da ONU, “este é o maior desafio internacional desde a Segunda Guerra Mundial”, e citou outros como profundos perigos transnacionais e a mudança climática.
Segundo o secretário-geral, “o multilateralismo não é apenas uma questão de enfrentar ameaças compartilhadas”, “trata-se de aproveitar oportunidades comuns” e a pandemia oferece “a oportunidade de reconstruir melhor visando economias e sociedades inclusivas e sustentáveis.”
António Guterres acredita que a cooperação internacional deve se adaptar aos tempos de mudança, porque “não basta proclamar as virtudes do multilateralismo” é preciso “continuar a mostrar seu valor agregado.”
Ele defende um multilateralismo em rede, fortalecendo a coordenação entre todas as organizações multilaterais globais, com as regionais capazes de dar suas contribuições vitais.
Para o chefe da ONU, o novo multilateralismo também deve ser inclusivo, baseado em uma interação profunda com a sociedade civil, empresas, autoridades locais e regionais e outras partes interessadas.
Segundo ele, nesse novo multilateralismo “a voz da juventude é decisiva para moldar o futuro.”
Lembrando o 75º aniversário das Nações Unidas, marcado no ano passado, Guterres destaca um “momento chave para a cooperação internacional” e pede um esforço para alcançar um futuro saudável, equitativo, pacífico e mais sustentável para todos.
O Dia Internacional foi aprovado pela Assembleia Geral em 2018.
Segundo a resolução, preservar os valores do multilateralismo e da cooperação internacional, que sustentam a Carta das Nações Unidas e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, é fundamental para promover e apoiar os três pilares da ONU: paz e segurança, desenvolvimento e direitos humanos.
A data também serve para reafirmar os princípios de resolução de disputas entre países por meios pacíficos, reconhecendo o uso da tomada de decisões multilaterais e da diplomacia.
E neste 25 de abril, a ONU comemora o Dia Internacional dos Delegados como um reconhecimento do trabalho realizado por milhares de diplomatas e integrantes das Missões junto à organização.
As Nações Unidas dizem que o trabalho deles é fundamental. São eles que negociam os acordos, coordenam o diálogo com seus países de origem, formam alianças e compromissos e assim dão corpo ao multilateralismo defendido pela ONU.
Eles também representam seus países a não ser um que alguém mais graduado na hierarquia diplomática como um ministro de Estado, político, esteja presente, são os delegados que falam e votam nas sessões da Assembleia Geral e outros órgãos.
A data foi escolhida por ser o aniversário do primeiro dia da Conferência de São Francisco, que deu origem às Nações Unidas. Em 25 de abril de 1945, delegados de 50 países, incluindo o Brasil, o único de língua portuguesa na lista, se reuniram na cidade da Califórnia para lançar a organização após a Segunda Guerra Mundial. Com o objetivo de restaurar a paz mundial e apresentar regras e normas a uma ordem global do pós-guerra.
Naquela época, 850 delegados participaram da conferência que durou dois meses. Eles representavam 80% da população de então.
Dois meses depois, em 26 de junho, nascia a Carta das Nações Unidas assinada por todos os 50 países.
Hoje, a ONU tem 193 Estados-membros.