A própria Agenda Comum, criada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, foca também na erradicação da pobreza, na promoção do trabalho decente, na protecção social, na igualdade de género e na justiça social para todos.
Segundo a ONU, mais de 60% da força de trabalho global, ou 2 mil milhões de pessoas, conseguem o seu sustento na economia informal. A Covid-19 aumentou as vulnerabilidades desses trabalhadores, uma vez que o emprego informal não oferece nenhuma forma de protecção ou de benefícios. Por isso, essas pessoas têm o dobro de chances de serem pobres, na comparação com os quem têm emprego formal.
As Nações Unidas lembram que a maioria dessas pessoas acaba por aceitar esse tipo de trabalho pela falta de oportunidades. O director-geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, afirma que a pandemia “exacerbou desigualdades, dentro e entre os países, a chamada grande divergência.”
Segundo Guy Ryder, as divisões económicas e sociais aumentaram, sendo que as pessoas que já estavam em desvantagem antes da Covid-19 foram ainda mais afectadas: jovens, mulheres, migrantes e pequenos comerciantes.
O chefe da OIT afirma que o Dia Mundial da Justiça Social 2022 acontece em um “ponto de inflexão”, quando formuladores de políticas “estão a remodelar a recuperação da pandemia”. Gyder destaca que o que for feito definirá os rumos da mudança e com as medidas certas, será possível moldar a economia da maneira correta.
Formalizar o sector de empregos informais precisa ser prioridade, lembra o chefe da OIT, pois esses trabalhadores devem ter seus direitos e protecção respeitados. Guy Ryder lista algumas medidas que devem ser tomadas: garantir a proteção social universal; melhorar a protecção dos empregados; promover o emprego decente e o crescimento económico inclusivo e criar a transição para uma economia global neutra em carbono.