“Ouso dizer que no ano que vem [2024] em grande medida será o ano da África na política externa brasileira”, afirmou Amorim, na abertura da 11.ª Edição do Fórum Brasil-África, em São Paulo.
Segundo o representante do Governo brasileiro, este primeiro ano depois da eleição do Presidente, foi preciso que o país se reinserisse no mundo e, portanto, o chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve em eventos internacionais de várias naturezas, mas, salientou, a mensagem é que “haverá uma atenção redobrada" em relação a África.
Amorim participou na abertura da 11.ª Edição do Fórum Brasil-África, um encontro organizado pelo Instituto Brasil África e que reúne anualmente autoridades, empresários e especialistas para discutir as relações do Brasil com os países africanos.
Este ano, o evento tem o comércio global como tema principal dos debates.
Sem dar mais detalhes sobre esta agenda da política externa brasileira focada em África, Amorim afirmou que haverá projectos novos e importantes em 2024 e que estes projectos “terão a atenção do Presidente” e, portanto, a relação do país sul-americano com os países africanos será tratada ao mais alto nível.
O assessor do Governo brasileiro frisou que a relação com África acontecerá de uma forma diferente porque o Brasil tem a consciência de que nos últimos anos diminuiu a cooperação com países daquele continente.
“A África mudou muito, evoluiu, então é claro que vamos ter que fazer cooperação em áreas mais tradicionais, mas também em áreas novas como a área digital e também cooperações para projectos como a cultura, a questão de género”, explicou Amorim.
Falando sobre as oportunidades de parcerias e negócios de empresários brasileiros no continente africano, Amorim considerou ser preciso deixar de lado um olhar paternalista que ainda existe no país em relação a África.
"Se tirássemos a China, a África é a região que mais cresceu no mundo”, avaliou.
“Acho que há uma perspectiva não só, digamos, de o Brasil contribuir para o desenvolvimento africano, mas de fazemos um desenvolvimento conjunto que inclua empresários brasileiros e empresários africanos”, concluiu.