Vinte e seis países da UE pedem "pausa humanitária imediata" em Gaza

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 fev 2024 8:10

Vinte e seis dos 27 países da União Europeia (UE) apelaram para uma "pausa humanitária imediata" na Faixa de Gaza, anunciou o chefe da diplomacia europeia, numa posição inédita do bloco comunitário, que a Hungria não aceitou.

Este pedido significa uma "paragem dos combates" para depois permitir um cessar-fogo duradouro, explicou o alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, durante uma conferência de imprensa, no final de uma reunião de chefes da diplomacia da UE.

Esta é a primeira vez que uma ampla maioria na UE contempla a necessidade de um cessar-fogo em Gaza, uma vez que o consenso a que os líderes europeus conseguiram chegar desde o início da guerra, em Outubro, se limitou a apelos a pausas e corredores humanitários.

Os 26 países disseram estar "muito preocupados" com a possibilidade de uma ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, referiu o chefe da diplomacia europeia.

A situação em Gaza é catastrófica e poderá ser "ainda pior" se Israel mantiver a sua intenção de levar a cabo esta ofensiva, afirmou Borrell.

Os 26 Estados pedem a Israel que não lance acções militares em Rafah, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Hadja Lahbib, na rede social X (antigo Twitter).

Os combates prosseguem na Faixa de Gaza, onde Israel ameaça continuar a sua ofensiva contra o movimento islamita palestiniano Hamas durante o Ramadão (que se inicia em 10 de Março), se os reféns que mantém em seu poder não forem libertados, incluindo na região de Rafah, no sul do enclave, onde estão concentrados quase um milhão e meio de civis palestinianos.

Questionado sobre a recusa da Hungria em aderir ao pedido dos outros 26 Estados, Borrell recusou-se a comentar, sublinhando, no entanto, que se a UE pretende "desempenhar um papel" na região, não o poderá fazer se não estiver unida.

Os europeus estão muito divididos em relação ao conflito entre Israel e o Hamas. Alguns países, incluindo a Hungria, destacam o direito de Israel de se defender, enquanto outros, como a Espanha e a Irlanda, apelam para um cessar-fogo imediato para pôr fim à violência.

O número de vítimas continua a aumentar no território palestiniano, onde pelo menos 29.092 pessoas foram mortas desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas, que contabilizou 107 mortos em 24 horas em dezenas de ataques, nomeadamente em Rafah e na cidade vizinha de Khan Yunis.

A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes lançado em 07 de Outubro do ano passado por comandos do movimento islamita palestiniano no sul de Israel, que deixaram mais de 1.100 mortos.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 fev 2024 8:10

Editado porAndre Amaral  em  14 nov 2024 23:26

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