Exército de Israel anuncia "fim" das operações no hospital Al-Shifa em Gaza

PorExpresso das Ilhas, Lusa,1 abr 2024 8:08

O Exército israelita anunciou hoje o "fim" das operações na zona do hospital de Al-Shifa em Gaza, pouco depois de o Hamas acusar Israel de ter provocado dezenas de mortos, no local.

Antes da primeira declaração de Israel sobre a operação militar no hospital no enclave, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmava que o Exército israelita tinha retirado os carros de combate do complexo Al-Shifa deixando destruição e "dezenas de corpos".

O hospital, no norte de Gaza, é a maior instalação de saúde do território palestiniano sitiado.

Israel ainda não comunicou mais detalhes sobre o "fim" desta operação do Exército.

Entretanto, a polícia israelita anunciou ter detido a irmã do líder do Hamas Ismail Haniyeh, Sabah Abdel Salam Haniyeh, no sul de Israel, no âmbito de uma investigação de "terrorismo" levada a cabo pelas forças policiais e pelo Shin Bet (segurança interna).

"É suspeita de ter contactos com operacionais do Hamas e de se identificar com a organização, incitando e apoiando actos de terrorismo em Israel", declarou à Agência France Presse um porta-voz da polícia.

Dezenas de mortos

Ministério da Saúde do enclave, controlado desde 2007 pelo Hamas, indicou que "dezenas de corpos de mártires, alguns em estado de decomposição, foram encontrados no complexo e nos arredores do hospital".

O exército de Israel retirou-se "depois de queimar os edifícios do complexo e colocá-lo completamente fora de serviço", lamentou o ministério.

"A extensão da destruição no interior do complexo e nos edifícios que o rodeiam é muito significativa", acrescentaram as autoridades, em comunicado.

De acordo com um jornalista da France-Presse (AFP) e testemunhas citadas pela agência de notícias, tanques e outros veículos do exército israelita deixaram esta manhã o complexo hospitalar, que tinham ocupado há duas semanas.

O jornalista da AFP disse que o exército israelita disparou granadas para cobrir a retirada dos tanques e deixou o bairro de Al-Rimal para se dirigir ao sudoeste da cidade de Gaza.

Um médico disse à AFP que mais de 20 corpos foram recuperados, alguns dos quais foram atropelados pelos veículos militares israelitas em retirada.

No domingo, o Ministério da Saúde de Gaza tinha tido que 400 pessoas morreram durante as duas semanas da operação militar do exército israelita no hospital Al-Shifa.

O exército de Israel mantinha há duas semanas uma operação militar dentro do hospital Al-Shifa, onde disse estar a "travar combates corpo a corpo" com combatentes do Hamas, numa operação que resultou na morte de cerca de 200 supostos combatentes e foram interrogados 800 suspeitos, dos quais 500 Israel disse serem membros do Hamas e do movimento islamita da Jihad Islâmica na Palestina.

Os dois grupos são considerados terroristas por vários países, incluindo Israel, Estados Unidos e União Europeia.

As autoridades de Gaza disseram que dentro do hospital se encontravam 107 doentes "em condições desumanas, sem água, medicação, comida ou electricidade", incluindo 30 pacientes com deficiência e cerca de 60 profissionais de saúde.

A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, a grande maioria civis, e perto de duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.

Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma operação militar na Faixa de Gaza que já causou perto de 32 mil mortos, indicou o grupo islamita palestiniano.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,1 abr 2024 8:08

Editado porAndre Amaral  em  20 nov 2024 23:25

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