As autoridades da RDCongo solicitaram esta reunião extraordinária, que é apoiada por várias dezenas de países membros do Conselho e por observadores, disse o porta-voz Pascal Sim, em Genebra.
Também hoje, cerca de 2.000 congoleses manifestaram-se em frente à delegação da União Europeia (UE) em Pretória, na África do Sul, para exigirem sanções europeias contra o Ruanda, na sequência do avanço relâmpago do Movimento 23 de Março (M23) e das tropas ruandesas no leste da RDCongo, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP).
"A situação na RDCongo é semelhante à da Ucrânia", disse um manifestante, Elie Kalonji Ikasereka.
"Pedimos à UE que garanta que as medidas aplicadas à Rússia sejam também aplicadas ao Ruanda e ao seu Presidente, Paul Kagame", prosseguiu Ikasereka, um comerciante congolês que vive em Joanesburgo há 20 anos, salientando que não têm problemas com o povo ruandês, mas sim com o seu líder.
No meio da manifestação, surgiram também insultos e acusações à UE.
"A UE está a apoiar o Ruanda para pilhar os nossos minerais", acusou Monique Mbiya Nkolombo.
"Se a UE precisa de alguma coisa da RDCongo, deve entrar pela porta da frente e deixar de comprar minerais que passaram pelo Ruanda", reforçou.
A rede Europa-África Central (Eurac), que reúne cerca de 30 Organizações Não-Governamentais europeias especializadas na região dos Grandes Lagos também afirmou que a UE "alimentou a escalada das tensões regionais".
Na semana passada, o grupo armado anti-governamental M23 e as tropas ruandesas tomaram Goma, uma importante cidade no leste da RDCongo.
Os combates cessaram na cidade de mais de um milhão de habitantes, mas nos últimos dias registaram-se confrontos na província vizinha de Kivu do Sul, fazendo temer um avanço até à sua capital, Bukavu.
"Não há vozes que ameacem Kagame de forma pragmática. Nós, os congoleses, estamos a sofrer", disse o ativista congolês Chriss Zas's, de 32 anos, durante a manifestação em Pretória.
O M23 anunciou na segunda-feira à noite que estava a declarar um cessar-fogo a partir de hoje por razões humanitárias.