Devido à reforma da lei eleitoral, o 21º Parlamento Federal tem agora menos deputados. De um total de 630, da União Democrata Crista (CDU), do seu partido irmão na Baviera (CSU), da Alternativa para a Alemanha (AfD), do Partido Social Democrata (SPD), dos Verdes e do partido A Esquerda, 230 entram no Bundestag pela primeira vez.
A estreia do novo parlamento está previsto durar quatro horas durante as quais se aprovará o novo regulamento interno, que tem sido alterado periodicamente ao longo dos anos, e a eleição da mesa. No final deverá ouvir-se o hino nacional.
A CDU/CSU, vencedora das últimas eleições, tem o maior grupo parlamentar, com 208 deputados, e podem nomear o novo presidente, o segundo cargo mais alto do Estado depois do presidente federal. O nome escolhido, e que previsivelmente será eleito, é o de Julia Klöckner, ministra da Agricultura de Angela Merkel até 2021.
Estarão menos mulheres nas bancadas, apenas 32,4% em comparação com 35% nos três últimos anos. A percentagem feminina depende sobretudo dos resultados eleitorais da CDU/CSU, dos liberais do FDP e a AfD, onde as mulheres estão em clara minoria. Por exemplo, no partido Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, que tem como candidata principal Alice Weidel, a percentagem é de 12%.
Também o número de deputados com antecedentes migratórios está abaixo da média, mas os alemães de Leste e os novos deputados superam a média. A percentagem de jovens com menos de 30 anos subiu ligeiramente, e são agora 46.
O novo Bundestag reúne pouco mais de um mês depois das eleições que deram uma vitória curta ao líder dos conservadores. Friedrich Merz, que admitiu ter como objectivo assumir o cargo de chanceler a 23 de Abril, continua a conduzir negociações para formar uma coligação.
Para obter a maioria no novo parlamento e poder nomear o chanceler federal, a CDU/CSU precisa dos sociais-democratas, que têm estado no poder até à data, com o chanceler Olaf Scholz. Mas o SPD não tem facilitado o caminho, depois de uma histórica derrota eleitoral. No novo Bundestag, o partido tem apenas metade dos lugares que tinha anteriormente.
A CDU, a CSU e o SPD formaram 16 grupos de trabalho conjuntos para coordenar o conteúdo e os objectivos da futura coligação. As negociações decorrem à porta fechada com mais de 250 políticos envolvidos.
Para Lars Klingbeil, líder do partido e do grupo parlamentar do SPD, em Berlim, é "perfeitamente normal que as coisas se arrastem um pouco".
"Também seria surpreendente se, algumas semanas depois de uma campanha eleitoral difícil, houvesse um acordo imediato", sustentou o secretário-geral da CDU, Carsten Linnemann.