A Ucrânia e os aliados europeus lançaram um ultimato à Rússia, no sábado, para aceitar um cessar-fogo "completo e incondicional" de 30 dias, a partir de segunda-feira, sob pena de Moscovo enfrentar novas "sanções maciças".
Sem se referir diretamente a esta proposta, Vladimir Putin criticou os europeus por tratarem a Rússia "de forma rude e com ultimatos" e afirmou que a instauração de uma trégua deveria fazer parte de discussões mais amplas e diretas sobre o conflito que se arrasta há mais de três anos.
"A Rússia está pronta para negociações sem condições prévias. Propomos que comecem na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul", afirmou Putin em declarações à imprensa no Kremlin, precisando que falará nas próximas horas com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Acrescentou ainda que estas conversações deverão centrar-se nas "causas profundas do conflito" em curso, mas "não excluiu" que possam permitir instaurar "um novo cessar-fogo".
"Um cessar-fogo novo e genuíno, que seja respeitado não só pela Rússia mas também pela parte ucraniana, o que seria o primeiro passo para uma paz sustentável a longo prazo", disse.
Do lada da Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky respondeu, este domingo, à proposta de Vladimir Putin para "negociações diretas" entre os dois países já esta semana e mostrou-se pronto para um encontro para que se alcance um cessar-fogo.
"É um sinal positivo de que os russos estão finalmente a começar a considerar o fim da guerra. O mundo inteiro tem estado à espera disto há muito tempo e o primeiro passo para acabar verdadeiramente com qualquer guerra é um cessar-fogo. Não faz sentido continuar a matança, nem por um único dia. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo – total, duradouro e fiável – a partir de amanhã, 12 de maio, e a Ucrânia está pronta para cumprir", garantiu Zelensky, numa publicação no X (ex-Twitter).
O cessar-fogo de três dias unilateralmente declarado pela Rússia na Ucrânia terminou às 00h00 de domingo locais (2oh00 de sábado em Cabo Verde), por entre apelos ocidentais para um prolongamento de pelo menos um mês a partir de segunda-feira.
Os líderes de França, Reino Unido, Alemanha e Polónia, que se deslocaram a Kyiv, ameaçaram no sábado Moscovo com duras sanções se não aceitar a proposta de trégua.
A ofensiva lançada pela Rússia, em fevereiro de 2022, causou dezenas de milhares de mortos e a Rússia ocupa atualmente 20% do território ucraniano.