Teerão acusa G7 de parcialidade por ignorar "agressão flagrante"

PorExpresso das Ilhas, Lusa,17 jun 2025 13:58

O Irão condenou hoje o que considerou ser a parcialidade do G7, que não criticou os ataques israelitas no país, mas apelou a um desanuviamento.

"A declaração dos líderes do G7 ignorou claramente a agressão flagrante de Israel contra o Irão", afirmou o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, num comunicado citado pela agência noticiosa oficial IRNA.

Numa declaração conjunta divulgada na segunda-feira, os líderes do G7 afirmaram o direito de Israel a defender-se e acusaram o Irão de ser a "principal fonte de instabilidade e de terrorismo na região".

"Exortamos a que a resolução da crise no Irão conduza a um abrandamento mais amplo das hostilidades no Médio Oriente, incluindo um cessar-fogo em Gaza", afirmaram.

Baghai defendeu que o G7 "deve abandonar a retórica unilateral e atacar a verdadeira fonte da escalada: a agressão de Israel".

"O Irão está a defender-se de uma agressão cruel. Será que o Irão tem realmente outra escolha?", questionou Baghai, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O G7 reúne as sete economias mais desenvolvidas (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Japão), mais a União Europeia.

A declaração conjunta foi divulgada antes de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter abandonado a cimeira para regressar a Washington devido à guerra Irão-Israel.

O porta-voz da diplomacia iraniana exortou os membros do G7 a assumir "a sua responsabilidade legal e moral" pelo que descreveu como "um ato de agressão flagrante contra um Estado membro da ONU".

"Têm de dizer a verdade. A guerra agressiva de Israel contra o Irão é um golpe devastador contra a Carta das Nações Unidas e o direito internacional baseado na Carta", afirmou.

Baghai destacou em especial os três membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que integram o G7, referindo-se aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à França.

"Os membros do Conselho de Segurança devem, podem e têm de atuar agora de acordo com a responsabilidade principal do Conselho e impedir o agressor de cometer mais crimes", afirmou.

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de Junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

Desde então, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares, como sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares, nomeadamente em Natanz, Isfahan e Fordo.

Os ataques causaram centenas de mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear.

O Irão retaliou com lançamentos de mísseis e 'drones' contra várias cidades israelitas que mataram mais de duas dezenas de pessoas.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,17 jun 2025 13:58

Editado porAndre Amaral  em  17 jun 2025 18:20

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