A China apelou às suas empresas que operam nos Estados Unidos para evitarem prolongar guerras de preços, num sinal da vontade de Pequim em preservar a trégua comercial alcançada com Washington.
O ministro do Comércio, Wang Wentao, transmitiu a mensagem num encontro em Nova Iorque com representantes de 10 empresas chinesas de sectores como comércio electrónico, telecomunicações e componentes automóveis, segundo um comunicado divulgado hoje pela tutela.
Wang recordou que os dois países "alcançaram uma série de consensos importantes após várias rondas de consultas económicas e comerciais" e disse esperar que as empresas "compreendam a situação e respondam positivamente".
O ministro apelou ainda à rejeição da chamada "involução interna e externa", termo usado na China para descrever uma competição excessiva que resulta de sobrecapacidade e que leva a esforços desmedidos com retornos decrescentes.
Em Julho, o Partido Comunista Chinês já tinha assumido o compromisso de reforçar o controlo sobre sectores com excesso de capacidade e regular práticas de governos locais na atracção de investimento.
As declarações de Wang reflectem a tentativa de manter em curso a melhoria das relações com Washington, mas também o reconhecimento dos riscos associados à escalada das exportações para outros mercados.
Durante a guerra comercial com os EUA, as exportações da China para Índia, África e Sudeste Asiático aumentaram de forma significativa, suscitando receios de impactos negativos nas indústrias locais.
Na semana passada, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou após uma conversa telefónica com o homólogo chinês, Xi Jinping, esperar encontrá-lo à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), em Novembro.
Trump elogiou igualmente progressos rumo a um acordo sobre o futuro da aplicação TikTok, contrastando com o início do ano, quando ambos os países se confrontaram com tarifas de grande escala.
Pequim caracterizou a conversa entre Xi e Trump como "positiva e pragmática", garantindo que existe confiança para gerir diferenças, embora o líder chinês tenha sublinhado a necessidade de Washington oferecer "um ambiente justo" para as empresas chinesas, numa referência a restrições às exportações e outras barreiras comerciais.
Em Nova Iorque, Wang prometeu que a China "se empenhará em estabilizar a cooperação económica e comercial sino-americana, salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e criar um bom ambiente para a cooperação mutuamente benéfica entre empresas dos dois países".
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