Cultura e outras derivas

PorLeão Lopes,21 jun 2021 8:55

Há muito tempo que não visito publicamente questões sobre a Cultura. Especialmente em Cabo Verde. Perdi o pé, perdi o fio à meada dos meandros por que se cosem hoje as coisas da e sobre cultura: políticas públicas de cultura; práticas de cultura; educação e cultura; economia da cultura; confusões e equívocos terminológicos e conceptuais nesse campo que vão sendo produzidos aqui e acolá.

Por vezes pareço desinteressado o que não é verdade, não sou desinteressado das coisas que me movem e me têm ainda com os pés no chão de lava e canícula que piso todos os dias. As de cultura são algumas delas.

Há muito que também não actualizava as minhas leituras sobre este pilar fundamental do desenvolvimento endógeno, progressivo e sereno do país – a Cultura –, onde assenta todo um pensamento estratégico, transversal a todos os caminhos de realização da sociedade: na economia, na educação, na projecção de um devir justo e perfeitamente realizável.

Quatro leituras de aprendizagem que tenho entre mãos deverão estar por detrás da motivação desta escrita: uma entrevista de Edouard Glissant, de 1995; um ensaio de Leonard Brant: O Poder da Cultura; dois textos de Urbano Bettencourt na sua mais recente publicação: Sala de Espelhos.

Mas, antes de entrar na motivação da escrita deste texto surge-me do nada Gabriel García Márquez. Não sei bem porquê. Talvez porque de vez em quando encarno Florentino Ariza protagonista refém de uma longa e irremediável paixão no seu romance O Amor nos Tempos de Cólera. À espera, pacientemente, sem tempo nem pressa, da consumação de seu amor por Fermina Daza. Cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias esperando! Muito mais do que os catorze anos de espera de Jacob que amava Raquel, no poema de Luís de Camões. A minha Fermina serão estas ilhas, mas duvido da tanta capacidade de amar tão sem pressa, tão sem tempo. São estas leituras que me desviam dos caminhos da sublimação de paixões bíblicas, mas que me trazem à uma realidade que a um tempo me dilacera e me exalta, da qual só me liberto vivendo-a, expurgando-a, nestes dias de canícula sem qualquer anúncio de brisa do sul. Assim, escrevo.

1. Edouard Glissant,foi entrevistado em Lisboa por um estudioso francês que conhecia bem a história e a literatura cabo-verdianas. Infelizmente este escritor nascido na Martinica, poeta da insularidade, romancista, dramaturgo, não é conhecido no círculo académico deste país, não se lhe conhecendo por tanto a sua contribuição militante e teórica sobre “crioulidade” versus “negritude”. Duas abordagens culturais e ideológicas diversas, mas com a mesma matriz identitária.

O poeta não conhecia o caso de Cabo Verde, o movimento modernista dos anos trinta, nascido com os pés assentes no chão das ilhas, bem anterior à “negritude”, movimento nascido na diáspora africana e caribenha sediada em Paris. A dada altura da entrevista é-lhe posto perante o caso cabo-verdiano. O entrevistador põe-lhe a seguinte questão: Gostaria de lhe submeter à apreciação uma frase de um autor cabo-verdiano, Baltasar Lopes: “Existe em Cabo Verde uma transformação social que faz do cabo-verdiano um elemento distinto, autónomo. Ele recebeu esses elementos, mas como nos fenómenos químicos, o resultado ignora a natureza dos elementos constitutivos...”. Na mesma entrevista onde se extraiu a frase acima BL acrescenta: “A negritude é um problema que não nos diz respeito”...

EG respondeu: – Je suis tout à fait d’accor avec Baltasar Lopes! Estou absolutamente de acordo com Baltasar Lopes. A frase tal como ela é expressa, tomo-a para mim. Adiro-me a ela completamente... Do princípio ao fim.

No corpo da resposta de EG –, que fez o seu debut com o mestre Aimé Césaire, no seio da “negritude” – o poeta adianta ainda, (sublinhando o pensamento de BL) que a “crioulização” reside no “processus” no qual os elementos heterogéneos de cultura e de existência são postos em contacto sem que possamos deduzir ou prever a síntese. A resultante desse “processus” é completamente fora da identidade-raiz de cada uma das componentes dessa mistura de elementos. O resultado é imprevisto, repentino (não no sentido temporal do termo, mas no de identidade). Prosseguindo confessa ainda que muito cedo pôs em causa as teorias da “negritude”. Que, sim, estariam certas na época para reequilibrar no meio antilhês as contribuições das diferentes culturas, mas que acabaram por ser ultrapassadas por um olhar de dentro, endógeno, que fundamentaram novas teorias donde emerge a da “crioulidade”. À época, diz EG, tratava-se de uma “negatividade” histórica necessária e incontornável. No presente —, diz mais — é absolutamente certo que a “negritude” não nos diz respeito. Em contrapartida, o que nos diz respeito é a incrível e incontornável beleza das resultantes imprevisíveis. Que constitui o essencial da “crioulização”. A resposta de EG é rematada pegando de novo na frase de BL, tal como é formulada, afirmando que a faz sua e que se sentia muito honrado que noutra região do mundo, noutras ilhas, outros pensamentos possam orientar-se nesse sentido.

Porque me veio à cabeça Edouard Glissant e estou aqui a botar escrita que talvez nem tenha qualquer interesse para muitos de nós? Por causa da Cultura. Da confusão que persiste por aí, sem fim à vista, sobre isto e aquilo que se tomam por políticas de cultura: “conceitos” avulsos e à toa, à deriva, que não ajudam a sedimentação de estratégias e ganhos sistematizados a dar sentido e perenidade ao projecto de construir um país com saber, estudo e ponderação em tudo o que conforma o projecto político de uma Nação.

Há anos atrás vinha enfatizando a responsabilidade do Estado na Cultura no plano que lhe cabe enquanto garante de políticas públicas efectivas e democráticas para a defesa, estudo e preservação do património da Nação, enquanto promotor do génio criativo de mudança e de inovação da sociedade. Garante da integridade do legado patrimonial, público, do passado e do presente; de meios de incentivos para a criação e soma de novos valores enriquecendo e ampliando o adquirido. Em suma cabe-lhe assegurar através de boas políticas públicas do presente, a transição para o futuro do legado histórico de todo um povo.

Hoje não parece ser necessário voltar a esse arrazoado por tão estudado e batido que deverá estar bem claro no espírito dos políticos esta singela cartilha sobre o papel que o Estado deverá ter no domínio da Cultura. Isto no caso cabo-verdiano. Nalguns países o papel do Estado neste particular não será assim.

Hoje, volta e meia volto a ler, volto a estudar e a actualizar-me, revisitando dúvidas, teorias e novas abordagens da Cultura enquanto campo de apropriação pública ou privada.

Lendo o ensaio de Leonard Brant renovo a convicção de que, apesar da abrangência do conceito de cultura —, desde a definição dada pela UNESCO à forma como é traduzida na sociedade e na política — continua sendo difícil trabalhar-se em Cabo Verde e não só, uma linha de pensamento em Cultura, consistente, que resulte numa estratégia programática, sustentada e credível, sobre a qual se desenharia uma política progressiva, positiva, criativa. O afã e a euforia que pomos no consumismo desenfreado e imediato, acrítico, distraí-nos do essencial que se traduz no clássico saber universal de que não há festa sem colheita nem produção; não há produto nem economia nenhuma sem criação, sem inovação ou invenção; não há tecnologia sem aprendizagem e saber fazer; não há educação sem cultura, sem ciência; não há negócio sem gente, nem consumidor sem produto, sem produtor.

LB afirma que cultura, sendo “algo complexo”, devemos entendê-la como um plasma invisível e fundamental para a compreensão dos fenómenos do nosso tempo. Que não se limita a uma perspectiva artística, económica ou social. Aliás, é uma matéria intangível, altamente energizada, reactiva e que permeia todo o espaço da sociedade. Diz ainda que é daí, nessa perspectiva, a sua importância como projecto de Estado e sua pertinência como investimento privado.

Postas as coisas dessa maneira, tão acessível sob o ponto de vista teórico e político, como então compreender tanta dificuldade em lidar com as questões da cultura? Por nos faltar ciência e engenho para tanto? Por nos faltar pensamento crítico e objectividade de políticas públicas no sentido que abordamos atrás? É aqui que parece termos de chamar à contenda, outros, mesmos os mortos que deixaram perenes suas contribuições, ainda tão actuais, que ainda surpreendem pela clareza de espírito e objectividade crítica.

As várias implicações e dimensões da Cultura obriga a que ela seja abrangente, contemporânea e democrática, diz o autor em leitura. Isto pode parecer uma banalidade e despertar um sorriso de condescendência política ou académica. Mas, na verdade é aí que está o busílis das dificuldades em trabalhar a cultura no plano político. Trabalhar a sua dimensão trancendente, intangível, resistindo à tentação e a ideologias que possam desvirtuá-la e desviá-la do seu “processus”, da sua “cultural matrix”, que faz do cabo-verdiano “um elemento distinto, autónomo, porque assente na sua origem histórica e numa transformação social específica.” Assente numa idiossincrasia arquipelágica. Com muito mar dentro.

Programar a sua síntese, pretender manipulá-la e amalgamá-la para servir determinados interesses ideológicos colidem claramente com a ideia de cultura como identidade-raiz assente nos princípios básicos de liberdade; abrangente, divergente, contemporânea e democrática. Que pressupõe dinâmica, questionamentos sistemáticos, rupturas, inconformismos. A Nação é resultante, o povo e sua história, o rizoma: com “características distintas espirituais, materiais, intelectuais e afectivas; o Estado e suas instituições (apesar de deter os meios de incentivos à criação e dinâmicas de cultura) não pode ceder à tentação de substituir a sociedade nesses pressupostos e o poder político não pode confundir o seu papel nesse jogo que nos expõe ao risco de regressão para valores e práticas sociais de cultura que não se quer desenterrar. Temos que resistir porque já passamos por isso e que também por isso nos libertamos (o quanto custou a liberdade!), temos que estar atentos a nós e ao mundo, ao que entra sem pedir licença para dentro do nosso quotidiano: vírus de diversa natureza, nacionalismos exarcebados, violências de toda a ordem; atentados e perpetrações atrozes aos direitos humanos, de crianças, mulheres, homens. Uma humanidade convulsa, desnorteada, bífida, partida em duas: uma de bem-estar para muito poucos; outra de desespero para a sua maior parte.

A cultura como sistema de valores para além das artes, das letras, dos modos de vida, das tradições e crenças, terá aqui o papel que lhe cabe enquanto húmus de um futuro sempre presente, sem essas máculas, sem essas dores.

2. Urbano Bettencourt é um dos intelectuais açorianos de maior destaque na vida cultural açoriana. No seu mais recente livro Sala de Espelhos reúne alguns textos sobre literatura (e cultura) açoriana faz uma deriva saindo do seu arquipélago para mergulhar em Cabo Verde, Madeira e Canárias.

Chamar UB para aqui tem a ver com os dois textos assinalados e que referindo a Cabo Verde suscitou o nosso agudo interesse. Reportando a um tempo que ainda subsiste mesmo fora de nossas águas. O mesmo tempo que foi trazido no texto anterior a propósito da entrevista a Edouard Glissant. O tempo em que se produziu um pensamento antropológico e trabalhos etnográficos inéditos, fundamentais, sobre a idiossincrasia cabo-verdiana, arquipelágica, num contexto particular: colonial imperialista; exacerbação nacionalista; teorias de raça de inspiração nazi; aniquilação pela guerra e violências de toda a natureza contra a humanidade, contra a sua essência assente na história de cada geografia do mundo e em cada génese civilizacional, diversa, que a constrói e lhe dá sentido.

Esse tempo é ainda o de hoje. É passado tão recente, tanto que ainda tece o presente, embora muitos de nós pense o contrário não dando conta de quanto somos impregnados do legado público imaterial que herdamos desse passado/presente, do qual não nos desenvencilhamos por decreto ou vontade política.

Nos dois textos de UB o tempo de Baltasar Lopes e de sua geração é trazido para uma leitura de hoje nos Açores. O primeiro: CLARIDADE, CLARIDOSIDADE - A Irradiação Açoriana, o segundo: MANUEL LOPES, escritor – Um Caboverdiano nos Açores. Para alguns de nós, a nossa primeira pergunta perante o primeiro título seria o que é que esse tempo cabo-verdiano terá a ver com o açoriano? O segundo suscita curiosidade sobre a biografia de Manuel Lopes, que, como é sabido, viveu um longo tempo nos Açores, cerca de onze anos, transferido (1944) da companhia inglesa de que era funcionário, a Western Telegraph de São Vicente para a ilha do Faial.

Pois bem, mergulhado no primeiro damos conta, com orgulho, que a geração de 40 nos Açores e a de hoje reconhecem a importância do pensamento e da literatura dos nossos, de 30 —, os claridosos — na génese de uma ruptura com dogmatismos históricos, literários e culturais estabelecidos naquele arquipélago, que viria a designar-se de “açorianidade”. Não se inibiram a proclamar que a exemplo de Cabo Verde chegara a hora dos Açores olhar para si, para o seu caso, para os seus problemas, para a sua identidade regional. Entenderam Claridade — a revista do grupo cabo-verdiano — como representação “objectiva” de um tempo sócio-literário que aglutinava colaboradores, conteúdos, leitores, “num tempo histórico e no contexto específico que era o seu”, propondo um projecto estético e ético endógeno, mas simultaneamente exógeno; aberto ao mundo e ao que se produzia então como pensamento científico e cultural; atento às transformações sociais, políticas e económicas que então se operavam no cenário internacional. Tudo isso a partir do chão destas ilhas.

UB abordando a Claridade enquanto “produto de uma visão do mundo e da literatura por parte de seus mentores e participantes, do papel que a uns e a outros cabe na sua relação com a sociedade”, sublinha que esses pressupostos, essa “clarividência”, essa atitude, como dizia Baltasar Lopes, tratando essencialmente de um espírito claridoso, inspirador, encontrou chão para florescer no espírito dos jovens escritores e poetas do arquipélago irmão.

Foi este sentido e esforço de compreensão do seu tempo e do mundo de então que Claridade veiculou e teve efeito catalisador na geração de 40 de açorianos atentos e empenhados em se situar no mundo que era o seu. É o que nos dá conta UB. Propunham-se “encontrar pela teoria e na prática a identidade (se a tinha) de uma literatura propriamente açoriana, seguindo o exemplo de Cabo Verde...”

Estávamos em pleno Estado Novo, a Guerra de Espanha estava no seu rescaldo, os problemas económicos e sociais em Cabo Verde e nos Açores eram semelhantes. Políticas desastrosas do regime colonial atingiam tanto um como outro arquipélago de forma diferente, mas, com resultantes semelhantes, para a desgraça das suas populações forçadas à emigração para driblar a precária existência no chão das ilhas.

A descoberta da poesia de Jorge Barbosa por Pedro da Silveira o poeta açoriano responsável por essa irmandade foi uma epifania no dizer de UB. Pedro da Silveira reconhece em publicação (1987): (“O meu primeiro mestre de modernidade e, vá lá, de açorianidade também, foi Jorge Barbosa com o Ambiente”... Jorge Barbosa foi então para mim como a luz a indicar-me uma porta no meio da noite. Foi este poeta humaníssimo, com o seu Ambiente, quem me afinou o ouvido para escutar os ruídos da banda de lá – a mão que se estendeu para mim e me levou para lá da porta. ...).

A amizade e cumplicidade cultural entre Pedro da Silveira, Manuel Lopes e o Capitão João de Deus Lopes da Silva, irmão de Baltasar Lopes que nas suas viagens para a América aportava regularmente com o seu navio nos Açores, fizeram o resto. Aliás, neste particular é ainda Pedro da Silveira a escrever pela mesma altura (1986): “Dos brasileiros das gerações de 22 e de 30, o que conhecemos devemo-lo a João de Deus Lopes da Silva.” Capitão Joãozinho Lopes da Silva, como ficou conhecido nas nossas ilhas, porta voz dos claridosos e correio da Claridade, junto com Manuel Lopes, foi nesses anos um importante elemento aglutinador entre cabo-verdianos e açorianos empenhados na sua afirmação identitária, cultural e literárias à luz do que então se produzia em Cabo Verde.

Manuel Lopes integra nos Açores o Núcleo Cultural da Horta e começa a colaborar na imprensa escrita, faz conferências, desenha e pinta, toca piano. Termina o romance Chuva Braba, escreve Galo Cantou na Baía e outros contos, publica Poemas de Quem Ficou. Os Açores também é chão e insularidade criativa para este claridoso. É nesse chão que Manuel Lopes produz um dos seus ensaios mais importantes e impactantes no contexto insular e fora dele: Os meios pequenos e a cultura, editada em 1955 num jornal local. Uma reflexão exógena, vista de fora para dentro, mas intrinsecamente endógena porque vivenciada de dentro para fora que, ainda hoje, e apesar das novas e mais alargadas teluridades onde operam os mesmos fenómenos culturais de então – as insularidades e meios pequenos terão outras configurações – a abordagem de ML mantém a mesma pertinência.

Não raras vezes revisito Manuel Lopes neste ensaio Os meios pequenos e a cultura, sempre que sobre estas questões sou levado a pensar. Desta vez é Urbano Bettencourt que me traz o mestre a quem recorro amiúde para me salvar da aridez e da secura cultural que por vezes me assola. Há uma passagem no ensaio que diz que “o que torna acanhado o meio não é o limite físico, não são as contingências geográficas da prisão. É a aridez do espírito e do coração dos homens que o habita, é a estreiteza de seus propósitos morais e espirituais.”

Sempre entendi e abracei Cabo Verde na perspectiva de ML. Um espaço aberto ao mundo, não acanhado. Um espaço de liberdade e de criatividade. Um espaço também de conflitos, incongruências, de raivas e desamores, é verdade, mas um espaço onde, apesar de tudo isso, lhe sobra mar, muito mar, dimensão humana e espiritual.

Carecendo, de espaço territorial — na sua expressão telúrica –, Cabo Verde, desde a visão desses jovens da geração de 30 oferece-nos o melhor de nossa esperança. Sem escamotear o sofrimento, a precaridade, as condicionantes ambientais e sociais, Cabo Verde não é um espaço pequeno. Estas ilhas, com tanto mar, não têm que ser forçosamente um lugar acanhado, vazio de oportunidades e riqueza, de vida e de saber, de cultura e de humanidade. Manuel Lopes diz no seu ensaio que neste mar de ilhas é ao espírito que iremos buscar a única compensação libertadora para as deficiências e limitações de ordem económica e geográfica. Eu diria se a tanto formos capazes com o nosso engenho e arte. E aqui estaria o papel da Cultura na sua abrangência social e económica. Aqui estaria a oportunidade para alinhar políticas de cultura com o futuro que nos espera e refrear por agora o capítulo de uma era muitas vezes protagonizada pelo Estado, confundindo, senão anulando, a responsabilidade da sociedade no papel que lhe cabe enquanto gênese, enquanto criador de suas necessidades de cultura.

Estes textos de Urbano Bettencourt chegaram de mansinho, tocaram-me no ombro e fizeram-se ler, na penumbra da minha insularidade interior. Não é que eu estava adormecido, vieram acordar-me da minha, por vezes, letargia intelectual, quase que esquecido que os meus mestres ainda aqui estão. Tão perto, tão aqui, tão presentes!! 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1020 de 16 de Junho de 2021.

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Autoria:Leão Lopes,21 jun 2021 8:55

Editado porAndre Amaral  em  5 dez 2021 23:20

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