A informação foi hoje avançada pelo comandante regional do SNPCB de Santiago Norte, Amaro Varela, em conferência de imprensa de balanço e ponto de situação, realizada em Serra Malagueta.
“Recebemos o alerta por volta das 10h30 e quando eram 11h00 tínhamos duas equipas no primeiro combate. Tivemos um total de 289 operacionais, com bombeiros de toda a ilha de Santiago com excepção da Câmara de Ribeira Grande de Santiago, tivemos o apoio dos agentes da Protecção Civil, Forças Armadas, Polícia Nacional, Cruz Vermelha”, disse.
O combate ao incêndio envolveu 50 veículos, sendo dois pesados de combate à incêndio, quatro ligeiros e restantes veículos de apoio e durou 56 horas.
A extinção do fogo foi declarada por volta das 19h00 de ontem. O incêndio, segundo o comandante afectou Serra Malagueta, Fundura, Figueira das Naus, Achada Longueira.
“Tivemos um forte engajamento de todos os operacionais, trabalhamos de uma forma muito árdua. Tivemos o envolvimento da população que nos ajudou a fazer esse combate. Lamentamos a perda das vidas humanas, sendo 8 militares derivado ao acidente de viação e um civil que era funcionário do Parque Natural”, lastimou.
11 famílias sendo 10 da localidade da Figueira das Naus e uma de Serra Malagueta foram evacuadas por questão de precaução já que o fogo poderia chegar às suas habitações.
“A área estimada é de 200 hectares de terreno. Esta é uma estimativa porque desde ontem que temos feito, junto com o Ministério da Agricultura e Ambiente e o Instituto Nacional de Gestão de Território, um sobrevoo com drone para fazer uma estimação da área. Em termos de danos ainda não fizemos um inventário, porque temos danos do próprio perímetro do Parque Natural e aéreas circundantes. Nos próximos dias vamos fazer a inventariações dos danos que houve e todos os detalhes em termos de habitações que foram destruídas, animais que ficaram perdidos e as populações afectadas”, assegurou.
Há meios, há operacionais e os agentes do SNPCB estão engajados e a trabalhar de forma muito rápida, conforme sublinhou.
Segundo Amaro Varela o combate foi feito através de cortes para fazer a a descontinuidade do material combustível e abafamento, uma vez que problemas de acessibilidade não permitiam o combate através de água para o arrefecimento dos terrenos e dos combustíveis no local.
O comandante reconhece que é preciso trabalhar na prevenção, na limpeza das florestas, na capacitação das comunidades para que tenham o conhecimento e técnica fazerem um combate inicial ao fogo até a chegada dos operacionais e meios.
Também é preciso reforçar a formação dos próprios operacionais no combate a incêndios rurais e florestais e outros incidentes.
“É necessário reforçar as formações, é necessário mobilizar mais recursos para que tenhamos equipas cada vez mais preparadas e mais meios para dar resposta”, finalizou.